Zelensky promulga controversa lei para mobilizar mais militares na Ucrânia

O projeto de lei aumenta as penas para os desertores do recrutamento. Foi também afastada a desmobilização dos soldados que tiverem cumprido 36 meses de serviço, um golpe para os soldados na linha da frente há mais de dois anos

Zelensky promulga controversa lei para mobilizar mais militares na Ucrânia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, promulgou hoje uma lei para mobilizar mais tropas face à invasão russa, um texto polémico porque não prevê um período de desmobilização para os soldados.

De acordo com uma nota publicada na página na Internet da Rada, o parlamento ucraniano, o texto foi hoje apresentado ao Presidente, que o assinou.

A Ucrânia, que enfrenta uma escassez de soldados voluntários, estava a trabalhar neste texto há vários meses, que foram repletos de controvérsia após mais de dois anos de guerra contra a Rússia, que já fez dezenas de milhares de mortos.

Na semana passada, o parlamento ucraniano aprovou o projeto de lei com 283 votos a favor.

O projeto de lei, que aumenta as penas para os desertores do recrutamento, causou uma polémica devido à supressão, à última hora, de uma cláusula que previa a desmobilização dos soldados que tivessem cumprido 36 meses de serviço, um golpe para os soldados que combateram na frente de batalha durante mais de dois anos.

As autoridades garantiram que a questão da desmobilização será tratada numa lei separada, mas não foi fixada qualquer data para a sua preparação ou adoção.

O exército ucraniano, enfraquecido por uma contraofensiva falhada no verão de 2023 e pela diminuição da ajuda ocidental, está a tentar conter os ataques russos em vários pontos da frente.

Moscovo lançou uma ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.