Presidente ucraniano diz que ataque russo a Chernihiv, que matou pelo menos 17 pessoas, não teria acontecido “se a determinação do mundo em combater o terror russo tivesse sido suficiente”. Secretário-geral da NATO indica aos aliados que dêem prioridade ao envio de armas para Kiev. Eis os principais acontecimentos desta quarta-feira
Escombros de um edifício que ruiu na sequência do ataque com mísseis russos em Chernihiv
Pelo menos 17 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois de três mísseis russos terem atingido o centro de Chernihiv, cidade no norte da Ucrânia. “Isto não teria acontecido se a Ucrânia tivesse recebido equipamento de defesa aérea suficiente e se a determinação do mundo em combater o terror russo tivesse sido suficiente”, escreveu o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas redes sociais.
O secretário-geral da NATO pediu aos países aliados para darem prioridade ao envio de armas que permitam à Ucrânia defender-se da Rússia, em detrimento da necessidade de cumprir as metas de reservas da organização para autodefesa.
“Se os aliados forem confrontados com a escolha entre cumprir os objetivos de capacidade da NATO e prestar mais assistência à Ucrânia, a minha mensagem é clara: enviem mais armas para a Ucrânia”, sublinhou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa, depois de se ter reunido com os líderes dos Países Baixos, Dinamarca e República Checa.
Os primeiros-ministros da República Checa, Dinamarca e Países Baixos e o secretário-geral da NATO
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ A Rússia perdeu mais de 50 mil soldados nos dois anos de guerra contra a Ucrânia, segundo uma contagem verificada pela BBC, que admitiu que o número poderá ser muito superior. “A nossa análise não inclui as mortes das milícias em Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, ocupadas pelos russos. Se fossem adicionadas, o número de mortos do lado russo seria ainda maior”, indicou a estação britânica.
⇒ A primeira-ministra da Estónia exortou os países que apoiam a Ucrânia a “fazer mais”, perante um “momento histórico” de tensões geopolíticas, pedindo que se evite o “erro” de desvalorizar conflitos isolados, que levou à Segunda Guerra Mundial. “Precisamos de ser brutalmente honestos: todos temos de fazer mais”, disse Kaja Kallas, em conferência de imprensa em Bruxelas.
⇒ Os Países Baixos entregaram três caças de combate F-16 adicionais para formação de pilotos ucranianos na Roménia, embora as sessões de treino ainda não tenham começado. Além da transferência dos aviões, decorreu uma reunião entre o ministro da Defesa romeno, Angel Tilvar, e a homóloga neerlandesa, Kajsa Ollongren, numa base aérea em Borcea, na Roménia.
⇒ Pequim afirmou que “qualquer conflito” deve ser resolvido “através de negociações”, referindo-se à conferência que vai ter lugar em junho, na Suíça, com base na proposta de paz de Kiev. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, salientou que, apesar de a conferência estar ainda “numa fase preparatória”, o país está “pronto a manter a comunicação” com todas as partes.
⇒ A Câmara de Representantes do Congresso dos Estados Unidos vai votar no sábado propostas distintas para desbloquear fundos para a Ucrânia, Israel e Taiwan, enquanto o Presidente apela a uma decisão rápida. Num artigo publicado no “Wall Street Journal”, Joe Biden pede para a Câmara “adotar urgentemente” os projetos de lei sobre nova ajuda à Ucrânia e Israel, bem como sobre a ajuda humanitária a Gaza.
⇒ Os promotores de uma campanha na Eslováquia para comprar munições para a Ucrânia anunciaram que pretendem juntar um milhão de euros, rejeitando a recusa do Governo em enviar ajuda militar ao país vizinho. Milhares de pessoas já contribuíram com 575 mil euros para a campanha de crowdfunding desde segunda-feira, quando a iniciativa foi lançada. Desde que chegou ao poder em 2023, o primeiro-ministro Robert Fico pôs fim à ajuda militar a Kiev e apelou para conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
⇒ Mais de 13 mil crianças foram retiradas nas últimas semanas da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, informou o governador Viacheslav Gladkov. Desde 12 de março, Belgorod tem sido alvo de ataques quase diários com fogo de artilharia e drones provenientes dos territórios ucranianos, razão pela qual as autoridades retiraram a população das zonas mais afetadas.
⇒ A investigação por crime de guerra sobre a morte na Ucrânia de Pierre Zakrzewski, repórter de imagem franco-irlandês da Fox News, foi entregue no início de abril a juízes de instrução do tribunal de Paris, anunciou fonte judicial. Zakrzewski foi morto enquanto cobria a ofensiva russa em Horenka, a 14 de março de 2022, juntamente com uma produtora ucraniana que o acompanhava, quando o veículo em que seguiam foi alvejado.
⇒ O grupo Atesh, formado por resistentes ucranianos da Crimeia que lutam clandestinamente contra a ocupação russa, assumiu a responsabilidade por um ataque na segunda-feira contra um campo de aviação militar, destruindo um sistema antiaéreo móvel S-400.
Recorde ainda os principais acontecimentos do dia anterior.
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