Como a descoberta de 33 tumbas no Egito pode ajudar a compreender melhor algumas doenças
Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!
O Egito anunciou, na segunda-feira, 24, a descoberta de 33 tumbas familiares da era tardia e greco-romana perto da cidade de Assuã que contêm restos de múmias e que ajudarão a compreender melhor as doenças da época, disse o Ministério do Turismo e Antiguidades.
A missão arqueológica que trabalha perto do mausoléu de Aga Khan descobriu 33 tumbas que datam dos períodos tardio (712 a 332 a.C.) e greco-romano (332 a.C. ao século IV d.C.), informou o Ministério em comunicado.
Foto divulgada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito mostra o fragmento superior de um sarcófago descoberto na cidade de Assuã. Foto: Egyptian Ministry of Antiquities / AFP
Os arqueólogos encontraram “ferramentas funerárias e restos de múmias que nos permitem saber mais sobre as doenças” que prevaleciam na época, segundo a mesma fonte.
“Algumas múmias apresentam sinais de anemia, desnutrição, doenças pulmonares, tuberculose e osteoporose”, disse Patricia Piacentini, chefe da parte italiana da missão e professora de Egiptologia na Universidade de Milão.
Missão arqueológica conjunta egípcia e italiana encontrou as tumbas, que datam do período tardio do Egito Antigo, bem como do período greco-romano. Foto: Egyptian Ministry of Antiquities/AFP
Desde 2018, a missão egípcio-italiana tem escavado a área ao redor do mausoléu de Aga Khan, na margem ocidental do Nilo, em frente ao centro de Assuã, onde está enterrado Sir Sultan Mohamad Shah, considerado na sua época o homem mais rico do mundo.
O Egito anuncia regularmente descobertas arqueológicas, que alguns especialistas descrevem como efeitos de anúncio com maior alcance político e econômico do que científicos.
Nova descoberta pode fornecer "novas informações sobre doenças" prevalecentes na época, disse o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Foto: Egyptian Ministry of Antiquities/AFP
O país de 106 milhões de habitantes, em grave crise econômica, depende do setor do turismo (dois milhões de empregos e mais de 10% do PIB) para melhorar as suas finanças.
O seu governo aposta em 30 milhões de turistas por ano em 2028, em comparação com 13 milhões antes da pandemia de covid-19. / AFP