Lula poderá desarranjar uma economia razoavelmente equilibrada se insistir na gastança

Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!

Com desemprego em queda, inflação no espaço de tolerância, consumo em alta e contas externas em ordem, as finanças públicas são a área principal de incerteza econômica no País. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistir na gastança, poderá desarranjar uma economia razoavelmente equilibrada e em condições de crescer com segurança. O alerta vem sendo acionado, seguidamente, por suas falas em defesa de uma política orçamentária frouxa. O problema, segundo ele, é saber “se precisa efetivamente cortar ou se a gente precisa aumentar a arrecadação”.

Dólar em alta e agitação financeira têm sido efeitos imediatos dessa retórica — eventos acompanhados, nos últimos dias, de ferozes catilinárias presidenciais contra os especuladores do mercado. Lula continua muito menos empenhado em entender do que em xingar o mercado e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. De vez em quando, até aceita falar sobre contenção de gastos, atendendo à insistência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, associado, nessa pressão, à colega do Planejamento, Simone Tebet. Mas esse discurso dura pouco e é difícil acreditar num efetivo compromisso presidencial de austeridade financeira.

O governo brasileiro pode e deve gastar mais, segundo o presidente Lula. No Brasil, de acordo com ele, a dívida pública é muito menor que a observada em outros países. Na média, a dívida observada em países da OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, equivale a 123% do Produto Interno Bruto (PIB). Na China, corresponde a 83%. No Japão, a 237%. No Brasil, anda próxima de 75%. Poderia ter citado mais exemplos, como França, Itália e outros desenvolvidos. Mas faltaria lembrar a diferença entre os juros pagos pelos Tesouros desses países e aqueles cobrados do setor público brasileiro. O complemento desse discurso deveria incluir alguma consideração sobre o risco atribuído pelos emprestadores a cada um desses governos.

O risco associado ao setor público brasileiro pode ser exagerado, neste momento, mas é explicável por uma história de irresponsabilidades e de má administração. É preciso, sem dúvida, consertar essa imagem, mas, para isso, será preciso converter em rotina a boa gestão das finanças federais. Neste século — para mencionar um período razoavelmente curto — o Brasil já acumulou o desastre fiscal deixado pela gestão Dilma Rousseff e o golpe do governo Bolsonaro contra os detentores de precatórios, créditos contra o governo reconhecidos pela Justiça.

lula poderá desarranjar uma economia razoavelmente equilibrada se insistir na gastança

LULA BRASÍLIA 17. 06.2024 LULA/FUNDO AMAZÔNIA POLÍTICA OE - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhado dos ministro, Ricardo Lewandowvski (Justiça) Marina Silva (Meio Ambiente) o presidente do BNDES Aloisio Mercadante , o diretor geral da Policia Federal Andrei Rodrigues, a presidente da Petrobras Magda Chambriard, durante a cerimônia de assinatura de contrato entre o Ministério da Justiça e o BNDES para destinação de recursos do Fundo Amazônia a ações de fortalecimento do ¨Plano Amazônia: Segurança e Soberania -AMAS. FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

No fim do ano passado, o presidente Lula editou medida provisória para liberar R$ 93 bilhões destinados a liquidar precatórios acumulados desde o período bolsonarista. Fortalecer a credibilidade financeira do governo federal tem sido um dos objetivos declarados do atual ministro da Fazenda. O buraco de R$ 48,64 bilhões nas contas federais de fevereiro foi causado principalmente pela liquidação de precatórios.

A área financeira do atual governo tem procurado consertar problemas acumulados em anos de irresponsabilidade. Ao apoiar esse esforço, o presidente Lula contabiliza a seu favor o apoio a um respeitável trabalho de correção e saneamento. Por enquanto, o ministro da Fazenda parece dispor, juntamente com a ministra do Planejamento, de uma forte sustentação no Palácio do Planalto. Mas compromissos de seriedade fiscal têm apoio limitado no Congresso e são com frequência sabotados no Executivo. Além disso, austeridade financeira e rigorosa seleção de gastos podem conflitar com padrões petistas, mais favoráveis à identificação entre governar e gastar.

O presidente Lula mostrará compromisso com a seriedade se continuar apoiando o uso moderado e criterioso do dinheiro público. Isso deverá envolver uma seleção cuidadosa dos investimentos e uma escolha rigorosa das políticas sociais. O rótulo “social” é tão insuficiente quanto a palavra “investimento” para indicar o uso produtivo e socialmente útil do orçamento. Muitos bilhões foram desperdiçados, neste século, em projetos mal concebidos, mal-executados e frequentemente emperrados. O ministro Haddad parece saber disso. Parte do governo nem parece dar alguma importância a esse tipo de preocupação.

OTHER NEWS

2 hrs ago

Convite de Lula recusado: veja os sertanejos que são contra o presidente e apoiam Bolsonaro

2 hrs ago

No Morumbis, São Paulo joga bem e vence o Bahia pelo Brasileirão

2 hrs ago

Novo Domingo Legal mantém vice-liderança para o SBT e atinge 9 pontos na audiência

2 hrs ago

Por que as minhas unhas estão amarelas?

2 hrs ago

Em duelo tricolor, São Paulo dá aula dentro de casa e vence Bahia

2 hrs ago

Com guerra na Ucrânia, exportação de armas na Alemanha deve bater novo recorde

2 hrs ago

Copa América: Dorival confirma mudança e pode colocar Endrick de titular contra a Colômbia

2 hrs ago

Luis de la Fuente após a vitória frente à Geórgia: «Era um jogo de 8 ou 9-1»

2 hrs ago

Fluminense faz proposta e Cuca recusa; Mário Bittencourt negocia com 2 treinadores

2 hrs ago

Fluminense perde para o Grêmio e se afunda na lanterna do Brasileirão

2 hrs ago

Espanha leva susto, mas confirma favoritismo e despacha Geórgia da Euro

2 hrs ago

Chuva forte deixa 11 mortos na capital da Índia e operações de voo são interrompidas

2 hrs ago

Adiantamento das eleições: a aposta perdida de Macron na França

2 hrs ago

Rui Patrício despede-se da Roma e é jogador livre

2 hrs ago

Continua a razia: mais duas saídas no Benfica

2 hrs ago

Eslovénia: «Fico com dores de cabeça quando olho para a qualidade de Portugal»

2 hrs ago

Bellingham e Kane a pregar no deserto até que acabou o fôlego aos eslovacos (destaques)

2 hrs ago

Na busca pelo substituto de Fernando Diniz, Fluminense recebe 'não' de Cuca

2 hrs ago

Quais são as cervejas com maior teor alcoólico do mundo?

2 hrs ago

Como usar alho na cozinha: conheça benefícios e receitas

2 hrs ago

OFICIAL: Ian Cathro é o novo treinador do Estoril

2 hrs ago

3 experttips för att lugna din hund under veterinärbesök

2 hrs ago

As futuras guerras energéticas do mundo serão travadas no fundo do mar. E Putin está na frente

2 hrs ago

Carolina e Ronaldo separados 18 anos depois

2 hrs ago

Augusto Melo avança e Corinthians aguarda reforço às 22h deste domingo: "Empresário já está em SP"

3 hrs ago

Contrato de Gabriel Moscardo com Corinthians acaba e jogador retorna ao PSG

3 hrs ago

F1: Veja como fica o campeonato de pilotos e de construtores após o GP da Áustria

3 hrs ago

Mercado Boavista: Lyratzis fora do estágio do PAOK

3 hrs ago

Sofre de refluxo? Conheça 10 verdades sobre a condição

3 hrs ago

Flamengo tem 'reforço' para jogo contra Atlético-MG, pelo Brasileirão

3 hrs ago

Real Madrid avança, Mbappé gera influência e Florentino se aproxima de craque do PSG

3 hrs ago

Empresário de Dudu revela bastidores de imbróglio com o Cruzeiro: “Pensou e decidiu não ir”

3 hrs ago

Lamine Yamal iguala registo de Cristiano Ronaldo em Europeus

3 hrs ago

Estas são as oito razões para o seu carro não arrancar!

3 hrs ago

Este surpreendente filme com Margot Robbie chega à TV esta semana

3 hrs ago

Bolsonaro, inelegível e na mira da PF, fala em passar por 2024 para chegar a 2026

3 hrs ago

Campos domina no Velocitta e vence de ponta a ponta corrida principal da Stock Car

3 hrs ago

Kalle Rovanperä saltou do 'sofá' para a vitória no Rali da Polónia

3 hrs ago

Borussia Dortmund atropela o Bayern de Munique e assina com promessa italiana

3 hrs ago

Alonso lamenta GP da Áustria sem pontos: “Corrida é longa quando não somos rápidos”