Elias Dhlakama, um dos pré-candidatos à presidência do principal partido da oposição moçambicana, defende maior abertura da RENAMO às dinâmicas sociais, após críticas aos requisitos para quem quer concorrer à liderança.
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Elias Dhlakama, um dos pré-candidatos à presidência da RENAMO, o principal partido da oposição moçambicana, defende maior abertura do partido às dinâmicas sociais.
“A RENAMO vive da sociedade. Quem vai votar na RENAMO é a sociedade”. Estes pronunciamentos surgem na sequência das críticas sobre os requisitos para os candidatos à liderança do partido.
Em entrevista à DW África, o político defende o respeito dos estatutos do partido, mas sem se esquecer dos limites constitucionais sobre a idade mínima [de 35 anos], para os candidatos à Presidência da República.
DW África: Como é que reage às críticas da sociedade em relação ao perfil aprovado pelo Conselho Nacional?
Elias Dhlakama (ED): Eu acredito que é uma situação que aborreceu a sociedade. Gostaria que houvesse mais abertura. O perfil que desta vez entrou em vigor, ou que vai entrar em vigor, não é de hoje. Já foi uma prática no passado. Em 2019, foi o mesmo perfil que vai ser implementado neste congresso. Agora, precisaria de facto que houvesse uma revisão, se houvesse essa vontade, se houvesse essa necessidade de o fazer.A sociedade fala como quiser, mas a sociedade ainda não reclamou porque um jovem de 18 anos não pode concorrer à presidência da República.Porque este indivíduo é um cidadão. Mas não é por aí, as coisas não podem ser em torno das pessoas, tem de ser em torno do partido.Porque, assim querendo, cada um vai ter a sua proposta para que seja incluso.Mas se formos fazer as coisas de acordo com as nossas vontades, deixa de ser um partido.
DW África: Mas muitas vezes o dinamismo social, as dinâmicas sociais ditam o comportamento dos partidos políticos. Será isto que está a acontecer neste momento? Ou seja, o perfil elaborado pela comissão política do partido e submetido ao Conselho Nacional da RENAMO vai de acordo com este anseio da sociedade moçambicana?
ED: Tudo deve ser feito, sim, a sociedade quer.Mas a RENAMO, sendo uma organização política, que não sendo uma empresa, acredito está a ouvir as possibilidades.Eu acredito que da próxima vez vai poder alterar. A RENAMO não é estática, a RENAMO vive da sociedade, passa as suas atividades para a sociedade.E quem vai votar na RENAMO é a sociedade.Acredito que a RENAMO está atenta para ouvir e que da próxima vez vai ter de dar ouvidos a tal.
DW África: Mas acha que neste momento ainda há espaço para que esta abertura para que “sangue novo” possa participar desta corrida à presidência da RENAMO?
ED: O perfil já foi aprovado pelo Conselho Nacional.O Conselho Nacional é que dirige o partido entre dois congressos.Eu não sei se haverá, mas se houvesse, seria bem-vindo.Eu não sei se há esta possibilidade.
DW África: E como é que se está a preparar, tendo em conta que se encaixa, acredito, dentro do perfil aprovado pela RENAMO e que também se enquadra em todos os requisitos decididos pelo Conselho Nacional?
ED: Tudo para mim encaixa.Veja só, eu fui guerreiro da RENAMO, combatente, e é um dos primeiros aspetos a considerar.E logo, tenho 15 anos de militância, muito mais.
por:content_author: Amós Fernando
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