Ursula von der Leyen (Associated Press)
Ursula von der Leyen oficializou esta segunda-feira a sua candidatura a um novo mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia. Num encontro da União Democrata-Cristã (CDU), onde obteve o apoio dos conservadores alemães à candidatura a ‘Spitzenkandidat’, a atual presidente do executivo comunitário prometeu defender a democracia europeia face aos que pretendem destruí-la.
“A coisa mais importante é a democracia, o Estado de Direito que defendemos e a paz que temos juntos”, disse Von der Leyen em conferência de imprensa após o encontro do principal partido da oposição alemã em Berlim – que integra o Partido Popular Europeu (PPE) de centro-direita, que está em rota para se tornar o principal grupo político no Parlamento Europeu nas eleições de junho.
Von der Leyen também prometeu apostar a sua campanha na recondução da mensagem clara de que “a democracia na Europa está no caminho” do presidente russo, Vladimir Putin, e dos partidos de extrema-direita que, de acordo com várias sondagens, poderão tornar-se a terceira força política do Parlamento Europeu após as europeias.
“Eles querem destruir [a democracia], querem destruir a Europa e é por isso que é tão importante que as pessoas ajudem a garantir que a Europa é preservada.”
Primeira mulher a assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia (CE), a antiga ministra alemã da Defesa, de 65 anos, deverá ser a candidata apoiada pelo PPE num congresso marcado para março, em Bucareste.
Durante o seu primeiro mandato à frente do executivo comunitário, Von der Leyen liderou a UE durante a pandemia de covid-19, a saída formal do Reino Unido da UE – Brexit – e a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Sob a sua liderança, também assistiu ao eclodir do maior escândalo de corrupção a abalar o bloco, apelidado Qatargate, que pôs a descoberto tentativas de interferência de grandes e pequenas potências no processo de tomada de decisões na UE.
Se for reconduzida, Von der Leyen enfrentará desafios importantes, numa altura em que a Rússia continua em guerra às portas da UE, em que a extrema-direita está encaminhada para o seu melhor resultado de sempre na Europa e em que o regresso de Donald Trump à presidência dos EUA parece cada vez mais certo.
No último fim de semana, na Conferência de Segurança de Munique, a líder do executivo europeu defendeu a necessidade de “expandir as capacidades de defesa da Europa”, em particular a sua “base industrial”. Esta promessa de “reavivar” a indústria de defesa da UE, repetida há vários meses por Von der Leyen, é apoiada por vários líderes europeus, como a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, que no domingo disse apoiar a intenção da líder em “travar os ditadores”. Entre os seus principais críticos europeus conta-se o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, com quem tem chocado várias vezes ao longo deste mandato de cinco anos.
O cargo de presidente da Comissão Europeia não é escolhido por eleição direta, ao contrário da composição do Parlamento Europeu, que vai a votos nos 27 Estados-membros da UE. Para ser eleito, um candidato à liderança da CE precisa de uma maioria qualificada de votos no PE, ou seja, do apoio de metade dos eurodeputados mais um.
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