Comentador da SIC e ex-líder do PSD fez as contas às sondagens de dezembro e estima um empate em deputados entre PS e AD. Vê também que o PSD é o maior prejudicado pelo crescimento do Chega. E alerta que Montenegro está obrigado a apresentar “um projeto transformador”. O prazo é curto: “Domingo” é o limite
Mendes fez as contas e faz aviso a Montenegro: “A AD tem motivos de preocupação” e só tem uma semana para mudar
O ex-líder do PSD e conselheiro de Estado, Luís Marques Mendes, deixou este domingo um sério aviso a Luís Montenegro. Fazendo as contas à “média das quatro sondagens divulgadas em dezembro”, e fazendo através delas “uma simulação de distribuição de deputados”, concluiu que a AD parte para a fase decisiva da campanha com 82 deputados (28,9%), empatado com o PS de Pedro Nuno Santos.
Se o retrato é para ser lido com “cautela”, como assinalou na SIC, Mendes deu mais alguns dados para o PSD ouvir. Primeiro, disse que “Pedro Nuno Santos começou bem a sua liderança — saiu-se bem no Congresso, superou as expectativas que existiam, beneficiou de o lançamento da AD ter ficado aquém do esperado e está a tentar refazer a sua fragilizada imagem governativa”. Depois, olhou para o que as sondagens dizem do Chega e concluiu assim: “Analisando distrito a distrito, nota-se que o PSD é o partido mais afetado com o crescimento do Chega. Se o Chega tiver um resultado desta dimensão (15%), ou mais, a AD não ganha as eleições. Nunca Luís Montenegro chegará a PM”.
Por tudo isto, Marques Mendes deixou um aviso aos sociais-democráticos e à renovada AD:
“A AD tem motivos de preocupação. Depois do desgaste de 8 anos de Governo, tinha a obrigação de estar à frente nas sondagens. O PSD fez bem em criar a AD e em ir buscar independentes. Mas está com dificuldade em perceber que não chega criticar.”
Agora, com a Assembleia prestes a ser dissolvida e a campanha a entrar na fase decisiva, a recomendação de Mendes é esta: “É preciso surpreender com um pensamento alternativo e com propostas alternativas. É preciso um projeto transformador. E não há muito tempo para o apresentar”, disse, antes de dar uma semana a Montenegro para mudar de rumo: “A Convenção do próximo domingo é o limite para o fazer com eficácia.”
Mesmo assim, o comentador da SIC deixou várias críticas ao Chega de André Ventura, que apresentou como “um caso curioso”. Isto porque, argumentou Mendes, “podia querer moderar o seu discurso para se transformar em partido de governo. Mas fez a opção contrária: reforçar a sua natureza de partido de protesto e de contestação. Podia apresentar nomes que sinalizassem uma preocupação de aceder ao governo. Nem um. Podia ter propostas de sinal governativo. Não houve. A escolha continua a ser tentar crescer como partido de protesto”. Mesmo assim, anotou, com sucesso no crescimento de popularidade.
Para os socialistas, ficaram duas críticas duras: uma para a incapacidade de resolver o problema da habitação; outra para o modo como Governo lidou com os salários dos polícias, agora em protesto contínuo: “A haver atualização na PJ, devia ter havido atualização também no subsídio equivalente que há na PSP e na GNR. Isto é elementar. Não tendo havido um critério de equidade, a revolta é mais do que compreensível. As assimetrias, as disparidades e as injustiças relativas agravam-se. Isso só poderia causar mal-estar na PSP e na GNR. O próprio PR chamou a atenção.” Com Costa a ser o principal visado, a par do ministro da Administração Interna, Mendes diz que o problema vai sobrar para o próximo Governo.
Mas, com este cenário de impasse governativo à vista, esse foi o maior alerta de Mendes no comentário deste domingo:
“Com estes resultados dificilmente será possível formar um governo estável. À esquerda ou à direita. Á esquerda, mesmo que o PS ganhe as eleições, dificilmente consegue reeditar a geringonça. Os três partidos, PS, PCP e Bloco, dificilmente terão uma maioria de deputados. Á direita, pode haver uma maioria aritmética de deputados. Mas dificilmente esta maioria aritmética se converte em maioria política. O País pode ficar bloqueado e num impasse. A não ser que os portugueses decidam a 10 de março desbloquear o impasse.“
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