O trauma de Amorim com sintéticos: a lesão que justifica a preocupação do técnico leonino
O destino assim o definiu: Rúben Amorim vai voltar a encontrar um relvado sintético. O sorteio europeu ditou o embate do Sporting contra o Young Boys, campeão suíço que disputa os seus jogos caseiros no Stade de Suisse… precisamente num piso que não traz boas memórias para o estratega dos leões.
Construído para suceder ao antigo Estádio Wankdorf – recinto que acolheu o Mundial 1954 -, a infraestrutura, estreada em 2005 e idealizada para albergar o Euro 2008, sofreu uma alteração de logística de relevo, quando, em 2007, viu a relva natural ser substituída pelo tapete artificial.
Young Boys já esta temporada jogou a Liga dos Campeões em piso sintético @Rasenballsport Leipzig
Uma mudança precipitada pela ocupação do recinto para a realização de jogos de hóquei de campo, modalidade que danificava a relva de forma demasiado incómoda para a prática do desporto-rei.
De lá para cá, muitos foram os jogos disputados pelo emblema suíço e pela seleção helvética naquele espaço, o que, ainda assim, não descansou o treinador dos leões, tal como foi possível perceber nas palavras proferidas na antevisão ao duelo contra o SC Braga.
«Vamos ter um jogo no sintético daqui a uns dias. Vamos jogo a jogo, recuperando os jogadores. Não nos passa pela cabeça, neste momento, o que pode acontecer com as outras equipas ou o calendário daqui a três semanas. É tão difÃÂcil imaginar que temos de ganhar agora, para a Liga Europa, que nem temos tempo nem energia para pensar em algo mais», sugeriu.
O fatídico minuto 32
O discurso não foi totalmente focado no piso, mas é fácil perceber a cautela de Amorim em relação ao mesmo, tendo na preparação e recuperação dos seus jogadores uma preocupação forte. Com razão para tal, diga-se.
Muito fustigado pelas lesões durante a carreira de jogador, o agora treinador leonino sabe o que é sofrer contratempos ao jogar neste tipo de tapete.
Agosto de 2014, 2ª jornada da I Liga, Estádio do Bessa. Regressado de fresco à elite do futebol português, o Boavista teve a «benesse» de poder recomeçar a competição nos palcos profissionais num piso idêntico, que viria a tramar as ambições desportivas de Amorim.
Aos 32 minutos de jogo, numa disputa de bola com um adversário, o então camisola 6 do Benfica caiu no relvado com fortes queixas no joelho direito, sendo que o pior cenário foi confirmado dias depois: o médio havia sofrido uma rotura total do ligamento cruzado anterior.
Perante este cenário, Rúben Amorim viu-se forçado a uma paragem de quase seis meses, tendo perdido 46 jogos do conjunto orientado por Jorge Jesus.
Recuperaria a tempo de ainda somar onze desafios na reta final de 2014/15 – dois pela equipa B -, seguindo-se a curta passagem pelos cataris do Al Wakrah, antes da retirada precoce, aos 31 anos.
Razões mais que suficientes para justificar a apreensão de Amorim para o confronto da próxima quinta-feira…
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