A Procuradoria de Nova Iorque apresentou uma queixa contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump por desrespeito ao tribunal, considerando que violou a ordem que o obrigava a abster-se de comentários sobre testemunhas do caso que enfrenta por suborno.
A queixa afirma que Trump “violou intencionalmente a ordem do tribunal ao fazer várias publicações nas redes sociais atacando duas testemunhas: Michael Cohen [seu antigo advogado e assessor] e Stormy Daniels [antiga atriz porno que terá recebido um suborno para esconder um caso com o político republicano]”.
“Estes ataques violam sem dúvida a ordem emitida em 01 de abril pelo tribunal”, indica o texto a que a cadeia televisiva CNN teve hoje acesso.
Os procuradores pediram que fosse aplicada ao arguido uma multa de mil dólares (cerca de 940 euros) por cada infração cometida.
Trump destacou numa das publicações que o seu ex-advogado Michael Cohen é um “criminoso em desgraça” e referiu-se ao juiz Juan Merchan e aos procuradores como “bandidos”.
“É absolutamente crítico que o réu interrompa imediatamente qualquer conduta que viole as restrições restritas da ordem de 01 de abril para proteger a integridade do julgamento em curso. É necessário que o tribunal determine que cometeu desacato, imponha sanções e emita advertências severas para atingir esse objetivo”, afirma a queixa.
No segundo dia do julgamento contra o magnata nova-iorquino, continua o processo de seleção do júri. Potenciais membros estão a ser testados na tentativa de se reunir o grupo mais objetivo possível.
O Ministério Público acusa Trump de 34 crimes por suposta falsificação de documentos no âmbito de uma conspiração com a qual teria tentado esconder o pagamento de 130 mil dólares (122 mil euros) à ex-atriz porno Steffany Clifford, conhecida como Stormy Daniels, para comprar o seu silêncio sobre um suposto caso extraconjugal antes das presidenciais de 2016, que o republicano ganhou.
Trump justificou o pagamento como parte das suas despesas legais.
A mera escolha do júri (que será composto por doze jurados e seis suplentes) já parece complicada, dada a relevância do réu, podendo ser adiada por mais de uma semana.
O ex-Presidente dos Estados Unidos, e candidato nas presidenciais a disputar em novembro, continua a insistir que o julgamento faz parte de uma “perseguição política”, pela qual culpa diretamente a administração do líder da Casa Branca, o democrata Joe Biden, que também se apresentará nas próximas eleições para obter um segundo mandato.
Leia Também: Trump volta a tribunal (pelo 2.º dia). As fotos do ex-presidente dos EUA
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