PS entra com pedido de debate de urgência no Parlamento e chama Miranda Sarmento

O líder da Iniciativa Liberal reagiu esta manhã ao plano do Governo para descer o IRS que, afinal, é de um valor muito inferior ao inicialmente avançado. Rui Rocha diz que não há choque fiscal, apenas “retorque fiscal”. Líder do Bloco de Esquerda fala de “promessa a brincar”. Já Alexandra Leitão adiantou que o PS vai entrar com um pedido de debate de urgência no Parlamento, apontado para quarta-feira, com a presença de Miranda Sarmento

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Assembleia da república apresentação do programa de governo

“O país assistiu nas últimas 24 horas ao desmascarar de um embuste”, afirmou Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, recorrendo à palavra que também já tinha sido usada por Pedro Nuno Santos, para classificar a polémica instalada em torno da descida do IRS. Perante a falta de clareza e incoerência do Governo social-democrata, disse, o PS vai entrar com um pedido de debate de urgência, na quarta-feira, no Parlamento, com a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

Na sede do PS, em Lisboa, Alexandra Leitão repetiu as contas dizendo que o alívio fiscal de autoria social-democrata vai fixar-se nuns “meros 200 milhões de euros”, o que a socialista define como “um embuste e uma desfaçatez”, o que tem especial gravidade “para quem fala de confiança”.

A deputada defende, aliás, que o “embuste” não se limita à frustração após a comparação do choque fiscal anunciado e o corte de impostos aplicado pelo Executivo AD: “É também quanto ao que foi prometido durante toda a campanha eleitoral. Andaram a prometer o que já estava no Orçamento do Estado do Partido Socialista.”

“Não pode ter sido todo o país a enganar-se”, afirmou a líder parlamentar do PS, reagindo também às declarações de Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, e do comunicado do Governo, no qual afirmou que a descida na ordem dos 1500 milhões de euros era “verdadeira e indesmentível” e que as acusações da oposição eram “inadmissíveis e infundandas”.

Alexandra Leitão vincou a discordância com esta visão dos sociais-democratas. “Este Governo tem de perceber que não pode enganar todos, todos, todos”, declarou a porta-voz socialista, aludindo à expressão usada pelo Papa Francisco que Montenegro adaptou no seu discurso de tomada de posse.

“Vitimização”, é a caracterização que Alexandra Leitão faz das respostas apresentadas pelo Governo após ter sido notícia a diferença entre o choque fiscal anunciado e aquele que realmente seria realizado por iniciativa do PSD. A líder parlamentar do PS lembra que os partidos perguntaram em que consistia a redução, e que o ministro das Finanças só veio desmentir que a AD só adicionaria cerca de “200 milhões” (serão 173 milhões) aos já 1300 milhões de euros previstos no OE socialista. “Todo o país foi enganado, e não foi enganado apenas nas últimas 48 horas, mas em toda a campanha eleitoral”, reforçou Alexandra Leitão, justificando que a oposição assumiu ser verdadeira a medida anunciada pela AD: “Não estamos num debate na AR a presumir a má-fé do primeiro-ministro.”

Para Alexandra Leitão, é ainda “ridícula” a resposta do Governo social-democrata às acusações que surgiram nas últimas horas. “Virar as coisas dessa forma não merece muito mais comentário, e reduzir esta situação a um problema de comunicação é um eufemismo”, sublinhou. Sobre o Governo AD, posicionou-se, dizendo: “Surpreende-nos a toda a hora, vamos ver o que aí vem. Quebrou a confiança de todo o país.” Começou “muito, muito mal”, concluiu.

Um retoque não é um choque

Na manhã deste sábado, o líder da Iniciativa Liberal reagiu ao que, no seu entender, não constitui sequer uma surpresa, dado que os liberais vinham alertando para este facto desde agosto do ano passado, quando o PSD revelou a sua proposta de descida do IRS.

“Nós esclarecemos logo na altura. Para a classe média, para quem ganha 1200, 1300, 1500 euros brutos e está fora do IRS jovem, esta descida proposta pelo PSD vale cinco ou seis euros por mês. Isto não é um choque fiscal, é um retoque fiscal”, afirmou Rui Rocha.

O líder da IL considera que Luís Montenegro tem de vir a terreiro esclarecer os portugueses, apesar de “já vir tarde”. “Os portugueses têm de saber com o que contam e têm de saber que isto não é nem um choque fiscal, nem uma reforma fiscal. Desde agosto de 2023 que não esclareceram isto”, disse. E vaticinou: “Creio que esta situação marca o fim do estado de graça deste Governo. Durou dois dias, mas também acontece porque as pessoas não estiveram atentas.”

Já a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, reagiu na rede social X, afirmando que “a descida do IRS é afinal um embuste”. E acrescenta: “A única promessa que não era a brincar é a redução do IRC sobre os lucros das grandes empresas.”

Mortágua faz ainda uma referência à nota da direção do Expresso.

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