José Mota e a derrota frente ao FC Porto «que custa a engolir»
[O que faltou hoje a uma equipa que tem sido muito combativa?]
Temos de dizer que defrontámos um bom adversário, que está numa boa fase, talvez a melhor da época, e justificou esse bom momento aqui no São Luís.
Nós sabemos que, para vencer os grandes, há fatores muito importantes, como a concentração, a ambição, a organização, mas há um fator fundamental: nos momentos cruciais e importantes que se marque.
Acho que tivemos as duas melhores oportunidades quando está 0-0. Se fizéssemos um golo, estávamos em vantagem e isso é claramente diferente na forma de estar, na organização.
O próprio adversário pensaria o jogo de forma diferente e nós também estávamos preparados sobre como deveríamos atuar se estivéssemos em vantagem.
Tínhamos prometido que iríamos tentar dividir o jogo e dividimos, íamos tentar criar situações de golo e criámos.
Não tivemos a sorte do jogo nessas duas situações [bola ao poste e penálti falhado] e depois acho que também um pouco pelo entusiasmo, se calhar fruto de alguma inexperiência, em dois lances entregámos quase o jogo.
Um foi um livre a meio-campo, a nosso favor, em que não deveríamos ter saído daquela forma.
O segundo foi uma bola parada que trabalhámos e muito, mas mérito também para o adversário pela forma como desenvolveu essas jogadas.
Nós percebemos que o Porto tinha mais jogo, mais bola, mas que a partida estava dividida. Se tivéssemos feito um golo, seria muito difícil o Porto ter tanto espaço, conseguir tantas triangulações.
Conseguimos fazer um golo e cá está: entrámos no jogo, sem criar granes oportunidades porque as equipas grandes sabem gerir a tal questão de jogar com o resultado.
Acabámos por perder, mas tenho de elogiar os meus atletas que, mais uma vez, deram um bom espetáculo aqui no São Luís: foram valentes, nunca desistiram do jogo e eu gosto dessas equipas, independentemente da derrota que custa a engolir.
Mais um se, mais outro se, talvez tivéssemos lá chegado.
[As alterações surtiram o efeito que desejava na segunda parte?]
Estávamos em desvantagem, temos de nos tentar aproximar, ser mais pressionantes, tentar jogar mais no meio-campo do adversário, tudo foi nesse sentido.
Penso que todos os que entraram, tentaram fazer isso, mas também é difícil entrar num jogo destes.
Tentámos, com o Vítor Gonçalves, alterámos o esquema do triângulo no meio campo, para bloquear a saída do Porto pelos dois médios mais defensivos que estavam a ter muita liberdade.
Penso que aí, o jogo ficou mais dividido e eles não gozaram de tanta liberdade.
[Como encara o regresso do Velasquez?]
Nós que andamos no futebol todos os dias vemos o que os jogadores sofrem para recuperar e, para os treinadores, isto é uma alegria muito grande.
O Velasquez esteve 11 meses até hoje; o Zé Luís esteve três, tudo fraturas, lesões gravíssimas.
Eles são os meus reforços para a segunda parte do campeonato porque trabalham bem, são sérios e gosto muito deles.
[Sai daqui com mais motivação para o resto do campeonato?]
Esta equipa já mostrou que, independentemente das derrotas, está aqui para a luta. Perdemos dois vezes de seguida e foi no início do campeonato e nunca mais aconteceu isso.
Esta é a reação que as equipas têm de ter: nós temos isso e esta semana há que trabalhar para o Chaves que é [agora] o jogo mais importante da época.
O grupo tem tido uma reação excelente: eu tenho elogiado muito este grupo porque tenho de o dizer muitas vezes.
Estes rapazes trabalham muito, fazem tudo o que delineamos com uma alegria tremenda e, quando assim é, o treinador tem de estar contente.
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