Margarida Blasco, a nova ministra da Administração Interna que tem tolerância zero para o racismo nas polícias

Juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, destacou-se pela tolerância zero com que lidou com o racismo nas forças polícias durante os sete anos em que esteve à frente da Inspeção Geral da Administração Interna, entre 2012 e 2019. Foi um dos nomes falados para substituir Miguel Macedo, após a sua demissão, em 2014. Dez anos depois, a pasta é dela.

Margarida Blasco foi inspetora-geral da Administração Interna

A Administração Interna é uma pasta pesada, que junta segurança e proteção civil, que vai da criminalidade aos fogos, conhecida pela rotatividade de ministros tal é a probabilidade de dramas associados. Mas Margarida Blasco recebe-a já esvaziada da principal polémica que marcou o mandato do antecessor José Luís Carneiro: a reivindicação da PSP e da GNR a um subsídio de risco equiparado ao dos restantes órgãos policiais. Neste tema não vão existir forças de bloqueio: todos os partidos concordam em avançar com a concretização deste direito, já tendo mesmo dado entrada na AR iniciativas legislativas nesse sentido.

Mas isso não garante à nova ministra vida fácil, tanto mais que o seu nome está intrinsecamente ligado à luta, com tolerância zero, contra o racismo, discriminação e abusos nas forças de segurança. Foi a principal marca que deixou dos sete anos como ‘polícia dos polícias’ à frente da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), entre 2012 e 2019. Por ela passaram os casos no bairro da Jamaica, no Seixal ou na Esquadra de Alfragide, na Amadora.

Entre 2004 e 2005 foi a primeira mulher diretora do Serviço de Informações de Segurança (SIS), repetindo o pioneirismo quando foi chamada a liderar a IGAI. Era desde 2019 juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça.

Em 2014, quando Miguel Macedo, então ministro da Administração Interna de Passos Coelho, se demitiu, Margarida Blasco foi um dos nomes mais falados para o substituir. Dez anos depois, a pasta é dela.