Ministro Castro Almeida admite “equívoco de comunicação” ou “alguma ambiguidade”, mas vinca que a redução adicional pode ser de “300 ou 400 milhões”. Líder parlamentar do Chega acusa Montenegro de “tentativa de enganar os portugueses” desde a campanha eleitoral. Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal, fez contas a um euro de redução adicional de IRS por cada português. A confirmação de um choque fiscal reduzido a 200 milhões recebe críticas de todos os quadrantes políticos
Assembleia da república apresentação do programa de governo
A revelação, pelo ministro de Estado e das Finanças, de que afinal o choque fiscal anunciado por Luís Montenegro será de apenas cerca de 200 milhões de euros, provocou já críticas duras dos partidos. Depois de Pedro Nuno Santos ter falado de um embuste, Chega e Iniciativa Liberal acusaram o novo primeiro-ministro de enganar os portugueses.
Na SIC-Notícias, o ministro Castro Almeida disse que se trata de “fazer o que dissemos que íamos fazer”, mas admitiu um problema para o Governo: “Se estamos aqui a discutir este assunto, é porque há aqui algum equívoco de comunicação, pode ter havido alguma ambiguidade. Mas faço notar que quem esclarece é o próprio ministro das Finanças, é o Governo que no dia seguinte clarifica o assunto.” O ministro Adjunto acrescentou que as contas estão a ser feitas e podem chegar aos ”300, 400 milhões”, mas que “correspondem ao que foi prometido”.
Porém, nada travou as críticas. Num debate na CNN-Portugal, o líder parlamentar do Chega falou das “promessas feitas em campanha eleitoral, aquelas que ninguém lê”, e foi direto na acusação: “Houve uma tentativa de enganar os portugueses”, disse Pedro Pinto.
Pela Iniciativa Liberal, o deputado Rodrigo Saraiva fez contas: com a proposta assim, “fica um euro por cada português”, disse, acusando no mesmo nível o “PS e PSD” de terem “pouca ambição”. E desafiou o novo Governo: “É preciso baixar impostos mas com força, de forma robusta”, de forma a que tenha efeito nos rendimentos e, daí, na economia.
No mesmo debate estava, pelo PSD, o deputado Hugo Carneiro, que tentou explicar que “os números estão a ser afinados”, e que logo se verá “como se refletem nas tabelas existente atualmente”. Carneiro garantiu que serão atualizadas “as tabelas de retenção” assim que a medida for aprovada, acrescentando que “as pessoas vão ter mais dinheiro ao fim do mês”.
Do lado socialista estava o ex-secretário de Estado Adjunto de António Costa, agora deputado. Reiterando as acusações de Pedro Nuno Santos, Mendonça Mendes (que foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais) lembrou que “a AD prometeu durante a campanha uma redução de 2000 milhões de euros” em IRS. O social-democrata Hugo Carneiro respondeu que essa verba incluía também os descontos em IRS prometidos para “os prémios de desempenho” das empresas aos trabalhadores”. “Foi isso que prometemos aos portugueses.”
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