Templo, erguido sobre os escombros a mesquita do século XV e destruída há 30 anos por extremistas hindus, é dedicado a ‘Lord Ram’, uma das divindades do hinduísmo e atendeu ao pedido de milhões de hindus
Primeiro-ministro indiano inaugura templo hindu sobre as ruínas de uma mesquita histórica
O primeiro-ministro indiano inaugurou esta segunda-feira um controverso templo construído sobre as ruínas de uma histórica mesquita na cidade de Ayodhya (norte), no âmbito do seu projeto populista de tornar o país num Estado hindu.
O templo, erguido sobre os escombros a mesquita do século XV e destruída há 30 anos por extremistas hindus, é dedicado a ‘Lord Ram’, uma das divindades do hinduísmo e atendeu ao pedido de milhões de hindus, venerado pelas virtudes da verdade, sacrifício e boa governança.
O partido de Narendra Modi e outros grupos nacionalistas consideram este novo tempo essencial para a sua visão destinada a reclamar o orgulho hindu que dizem ter sido suprimido por séculos de domínio do império Mughal e do colonialismo britânico e defendem o reforço da noção de Estado hindu em detrimento da democracia secular em vigor.
Modi e o seu partido Bharatiya Janata, no poder, esperam que a abertura do templo ajude o primeiro-ministro a garantir um terceiro mandato nas eleições gerais agendadas para a primavera. Mas com o templo ainda em construção, os críticos acusam Modi de uma inauguração precipitada para impressionar o eleitorado.
Cerca de 7.500 pessoas, incluindo membros da elite empresarial, políticos e estrelas de cinema assistiram à cerimónia através de um ecrã gigante instalado no exterior do tempo, enquanto um helicóptero militar lançava pétalas de flores sobre a assistência, indica a agência noticiosa Associated Press (AP).
“O nosso Lord Ram chegou após séculos de espera”, disse Modi num discurso após a cerimónia, aplaudido pelos milhares de assistentes. Assinalou ainda que o templo foi construído após “incontáveis sacrifícios” e testemunha uma Índia que se ergue “e quebra as cadeias da mentalidade esclavagista”.
“O dia 22 de janeiro de 2024 não é apenas uma data mas assinala o início de uma nova era”, frisou o primeiro-ministro ultranacionalista. O templo abre na terça-feira ao público e são esperados 100 mil visitantes por dia nos próximos meses.
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