Alfred Kammer, diretor do FMI para a Europa
O diretor do FMI para a Europa admitiu no sábado, dia 20 de abril, que a correção nos preços da habitação em Portugal não será repentina e defendeu um aumento da oferta para responder a uma dificuldade que é transversal a outros países.
Em entrevista à Lusa, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Europa, Alfred Kammer, considerou que Portugal registou aumentos significativos nos preços das casas nos últimos anos, mas assinalou que é um cenário que se estende a outras economias.
“Os preços das casas [em Portugal] aumentaram, dos níveis de 2015 até agora, em 111%, contra 42% na zona euro. É um aumento muito maior”, disse.
Alfred Kammer salientou que se assiste a um abrandamento nos preços da habitação na média dos países da moeda única, mas isso ainda não se verifica em terras lusas.
“Em Portugal os preços residenciais ainda continuam a aumentar”, apontou, acrescentando que, contudo, o FMI não está preocupado com o impacto destes aumentos na “estabilidade financeira”.
Para o responsável do FMI, este aumento resulta de “uma escassez de oferta”, pelo que a instituição não espera “uma correção repentina nos preços da habitação residencial”.
“Esta é uma grande questão não só em Portugal, mas em vários países europeus. É uma questão de acessibilidade da habitação e, portanto, o que é preciso é criar o espaço regulatório e aumentar a oferta. O que o Governo também está a fazer é ter investimento público para criar habitação social”, apontou. Para Alfred Kammer, “estas são duas boas respostas políticas e devem ser prosseguidas”.
“Tínhamos feito um estudo sobre a questão da acessibilidade dos preços da habitação e dos arrendamentos há alguns anos e uma das grandes questões que daí resultou foi que não se trata apenas de uma questão de política social. É também uma questão de produtividade e de crescimento”, disse, argumentando que os centros de produtividade geralmente estão nos centros urbanos.
Neste sentido, recorda que os jovens estão a deslocar-se mais para os centros urbanos.
“Se não houver habitação, não podem deslocar-se para os centros urbanos e isso prejudica a produtividade e o crescimento do país. Portanto, é uma questão muito maior do que apenas uma questão de equidade e justiça”, justificou.
News Related-
IA pode reduzir postos de trabalho? Mais de metade dos portugueses temem o pior
-
Enfermeiros apontam o dedo ao “lobby médico” e prometem luta em 2024 (já há greves planeadas). "Não estamos condicionados pelas eleições"
-
Túnel subaquático entre Crimeia-Rússia será "um cordão umbilical indestrutível", mas conseguirá o Kremlin construir o seu "projeto secreto"?
-
VÍDEO: o ponto no padel que vai ficar para a história
-
118 razões para as mulheres não terem filhos? Modelo australiana defende lista polémica (mas há quem apoie)
-
Repórter da TVI "operado a algo que marcou toda a sua vida"
-
Elon Musk visita com Netanyahu um kibutz atacado pelo Hamas
-
Cristiano Ronaldo saiu com queixas e está em dúvida para o próximo jogo do Al Nassr
-
Pescoço partido, coluna fraturada e sangue nos pulmões. O ‘milagre’ após tropeçar… no gato
-
Escassez de água no Algarve é a "pior de sempre", revela APA
-
Sondagem Big Brother: Francisco Vale, Jéssica Galhofas, Joana Sobral ou Palmira Rodrigues? Vote!
-
EuroDreams: conheça a chave do sorteio desta segunda-feira
-
As fotografias encantadoras de Marta Melro com a filha
-
Cristiano Ronaldo 'prescindiu' de penálti. Admitiu que não era falta