O primeiro-ministro da Bélgica denunciou hoje que está haver interferência russa nas eleições europeias, numa carta conjunta com o homólogo checo endereçada às presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
O primeiro-ministro da Bélgica denunciou hoje que está haver interferência russa nas eleições europeias, numa carta conjunta com o homólogo checo endereçada às presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
De acordo com a carta, publicada por Alexander De Croo na rede social X (antigo Twitter), em conjunto com Petr Fiala, “nas últimas semanas, os serviços de informações de vários Estados-membros identificaram tentativas de disrupção da democracia” na União Europeia “por um interveniente externo, em particular em processos de decisão no Parlamento Europeu”.
“O serviço de informações da Bélgica confirmou esta interferência russa”, dá conta a missiva, que contém um excerto da informação transmitida ao Governo belga: “O nosso serviço descobriu a existência de interferência pró-russa em atividades na Bélgica”.
A interferência descoberta pelos serviços de informações da Bélgica tinha como objetivo “promover a cooperação entre políticos pró-russos dentro do Parlamento Europeu, para ajudar a eleger mais candidatos pró-russos e nomeando pessoas que trabalham ativamente nesta rede [de interferência] como funcionários de eurodeputados” eleitos depois das eleições europeias de junho.
“Esta tentativa de interferência envolveu a entrega de dinheiro, maioritariamente na República Checa”, acrescentou a carta dos dois primeiros-ministros.
O Governo checo decidiu sancionar setes pessoas e uma organização na sequência desta interferência que tem como propósito “prejudicar a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia”, revelaram os autores da missiva, acrescentando que Praga quer propor a imposição de medidas restritivas europeias aos mesmos indivíduos com “grande urgência”.
Já as autoridades belgas decidiram “iniciar uma investigação criminal a esta tentativa de interferência” por parte de Moscovo e pediram apoio da Agência da União Europeia para a Cooperação em Justiça Criminal (Eurojust).
Os dois primeiros-ministros anunciaram que querem discutir o tema no Conselho Europeu que vai realizar-se entre hoje e quinta-feira: “Não podemos permitir à Rússia que saia impune de um ataque flagrante às nossas instituições democráticas e princípios. Devemos munir-nos contra isto, a nível nacional e europeu”.
[Notícia atualizada às 18h50]
Leia Também: MNE belga convoca embaixador iraniano e pede “grande contenção”
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