Empresa mineira Anglo American rejeita oferta de 31 mil milhões de libras

“A proposta da BHP é oportunista e não valoriza as perspectivas da Anglo American”, disse o presidente da empresa. As ações da BHP, que quer aumentar a sua posição como maior fornecedor mundial de cobre e carvão siderúrgico, desvalorizaram 5% esta sexta-feira

Empresa mineira Anglo American rejeita oferta de 31 mil milhões de libras

A Anglo American, cotada no Reino Unido, rejeitou a oferta de compra de 31 mil milhões de libras (cerca de 36 mil milhões de euros) da australiana BHP, alegando que a proposta “subvaloriza significativamente” a empresa e seria “altamente pouco atrativa” para os seus acionistas, noticia o “Financial Times”.

A BHP abordou a sua rival este mês com uma oferta só em ações suas (sem contrapartida financeira em dinheiro aos acionistas da Anglo) que exclui os negócios de platina e minério de ferro da Anglo American na África do Sul, cotados de forma independente.

As ações da BHP caíram quase 5% na sexta-feira, com os investidores a preocuparem-se de que a maior mineira do mundo tenha subvalorizado a Anglo e possa ter de pagar mais para concluir o negócio. Com a queda nas suas ações, a proposta feita à Anglo acaba por ser ainda inferior.

“A proposta da BHP é oportunista e não valoriza as perspetivas da Anglo American”, disse Stuart Chambers, presidente da empresa, acrescentando que a proposta é “altamente pouco atraente, criando incerteza substancial e riscos de execução suportados quase inteiramente pela Anglo American”.

A oferta da australiana à rival tem como objetivo aumentar a sua posição como maior fornecedor mundial de cobre e carvão siderúrgico. Além de desmembrar a divisão sul-africana de minério de ferro e platina da Anglo, a BHP disse que iria rever outros ativos da Anglo.

Segundo o jornal britânico, vários acionistas afirmaram que a abordagem da BHP aumentou a pressão sobre a Anglo para começar a vender ou reestruturar alguns dos seus ativos mais fracos.

Um banqueiro do setor mineiro disse ao jornal que a complexidade do acordo proposto, bem como o risco político e anti-concorrencial que representa faz com que os preços das ações de ambas as empresas possam permanecer voláteis durante algum tempo.