Os países do sudeste asiático devem prezar uma paz regional duradoura e ajudar a evitar que a situação no Mar do Sul da China fique fora de controlo, afirmou hoje um alto diplomata chinês.
“É lamentável o aumento das tensões no Mar do Sul da China durante o último ano”, afirmou Liu Zhenmin, enviado da China para as alterações climáticas, durante o Fórum Boao para a Ásia, que decorre na província insular chinesa de Hainan.
Liu, que foi responsável pelos assuntos do Mar do Sul da China como vice-ministro dos Negócios Estrangeiros antes de assumir um cargo nas Nações Unidas, em 2017, disse que Pequim e os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático devem procurar soluções bilaterais ou regionais para as suas disputas territoriais através de negociações.
“Os povos nos países do leste da Ásia devem estar conscientes e valorizar a paz regional de três décadas desde o fim da Guerra Fria, e devem ser feitos esforços para evitar o surgimento de novos conflitos no Mar do Sul da China”, disse Liu num painel de discussão sobre aquele território marítimo, que é reivindicado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.
Os seus comentários surgem na sequência de uma série de confrontos entre a China e as Filipinas em torno dos disputados Atóis Tomás Segundo e Scarborough.
O diplomata advertiu: “No ano passado, assistiu-se a uma cooperação militar mais estreita entre os Estados Unidos, o Japão e as Filipinas. Muitos receiam que isto possa desencadear outro conflito no sudeste asiático”.
“Os países extraterritoriais devem apoiar os países vizinhos do Mar do Sul da China na procura de soluções justas através de negociações, em vez de atiçarem as chamas e criarem riscos”, apontou.
O Mar do Sul da China, rico em recursos naturais e uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, é objeto de múltiplas reivindicações que se sobrepõem. Para além da China e das Filipinas, também o Vietname, a Malásia, o Brunei e Taiwan têm reivindicações na região.
Pequim reivindica a grande maioria das águas e rejeitou uma decisão de arbitragem internacional de 2016 que considerou as suas reivindicações inválidas.
O mais recente confronto entre Pequim e Manila ocorreu no sábado, quando as Filipinas acusaram a guarda costeira chinesa de utilizar canhões de água contra uma embarcação civil numa missão de reabastecimento às tropas estacionadas no Atol Tomás Segundo.
O último episódio levou também os Estados Unidos – que têm um tratado de defesa mútua com Manila – e o Japão a manifestarem o seu apoio às Filipinas. A Coreia do Sul também interveio mais tarde, manifestando “sérias preocupações” relativamente à utilização de canhões de água.
O Ministério da Defesa chinês acusou na quinta-feira Washington de estar a provocar problemas no Mar do Sul da China.
“Os Estados Unidos provocaram o confronto, apoiaram as Filipinas, ameaçaram e exerceram pressão sobre a China, invocando o chamado tratado bilateral, e enviaram navios militares para o Mar do Sul da China para provocar problemas”, declarou Wu Qian, porta-voz do Ministério.
Nguyen Hung Son, vice-presidente da Academia Diplomática do Vietname, disse no Fórum de Boao que o atual impasse no Mar do Sul da China é “arriscado” e “fácil de escalar, mas que depois vai ser difícil voltar atrás”.
Tecnologias de comunicação modernas e as redes sociais facilitam o acesso do público às imagens dos confrontos, o que pode despertar sentimentos nacionalistas em todas as partes.
“Estas imagens em direto vão tocar as emoções de todos os países envolvidos”, afirmou Son. “E isso vai exercer uma enorme pressão sobre o Governo para que faça alguma coisa, tornando impossível inverter o rumo e reduzir a escalada das tensões”, apontou.
Leia Também: China suspende construção de duas barragens no Paquistão após atentado
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