Campeã olímpica apaixonou-se por Portugal e virou agente imobiliária

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Correu o mundo, literalmente, como atleta de alta competição durante quase 20 anos. Competiu nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e Seul (1988), bem como em vários Campeonatos Mundiais e Europeus, e foi o desporto que a trouxe até Portugal nos anos 1980. Apaixonou-se imediatamente pelo país onde vive e trabalha como agente imobiliária há mais de 25 anos. Percorreu o mercado algarvio, até descobrir os encantos do Alentejo, decidindo abraçar aquela que diz ser uma região verdadeiramente autêntica. Hoje, o idealista/news conta a história de Elly van Hulst, a atleta corredora de classe mundial que (também) fez carreira no imobiliário.

A vida de atleta, diz, foi “muito especial e bonita”. Tempos sobre os quais a corredora dos Países Baixos guarda “boas lembranças”. Elly van Hulst foi detentora do recorde mundial de 3.000 metros indoor durante 12 anos (1989-2001), tendo sido duas vezes campeã mundial e três vezes campeã europeia. No currículo acumulou, de resto, mais de 70 títulos holandeses.

Foi o desporto que a trouxe até Portugal, onde vinha treinar algumas vezes por ano. Apaixonou-se pelo país e pelos portugueses e decidiu comprar um terreno para construir casa. Entretanto, e após terminar a carreira de corredora, abraçou o desafio de tornar-se agente imobiliária. Abriu um negócio próprio – a Elly van Hulst Real Estate – e começou por trabalhar no mercado algarvio durante quase duas décadas. Entretanto, descobriu os encantos do Alentejo, e é lá que vive e trabalha na atualidade.

Com 64 anos, Elly pretende continuar a promover o território alentejano, que diz ser o mais autêntico de Portugal. Sempre de “mente aberta” e sem desistir, aplicando no negócio as lições que o desporto lhe ensinou. Eis o que tem a contar sobre o seu percurso, vida e carreira, em entrevista ao idealista/news.

Foi durante quase 20 anos atleta de classe mundial. Que lembranças tem desses tempos de corredora? O que mais a entusiasmava no desporto?

Tenho boas lembranças do meu desporto. Em primeiro lugar, as competições, a vontade de vencer, a alegria depois da competição ou a deceção, que dá uma sensação especial. A amizade com outros atletas a nível internacional, viajando por todo o mundo. Foi uma vida muito especial e bonita.

Porquê Portugal para viver e trabalhar, e quando e como é que o imobiliário surgiu na sua vida?

Em 1980, foi construída a primeira pista de atletismo em Portugal, no Algarve, perto da Falésia. A associação portuguesa de atletismo convidou muitos atletas internacionais de topo para promover a pista e o país. Apaixonei-me pelo país e pelos portugueses e vinha a treinar a Portugal quatro vezes por ano. Comprámos um terreno e construímos uma casa em 1989, porque sabia que queria viver aqui. Ao mesmo tempo, conheci um agente imobiliário que me conhecia do desporto, e porque estava tão entusiasmada com Portugal, enviei-lhe muitos amigos e clientes para fazerem negócio. Esse foi o primeiro contacto que tive com o setor imobiliário.

A sua reputação enquanto atleta de alta competição ajudou no negócio?

Sim, a minha reputação ajudou-me muito. Eu era uma pessoa “bem conhecida” por muitos clientes e tida como alguém confiável e honesto no desporto. Mas os municípios/câmaras também sempre gostaram de trabalhar comigo.

O que é que o país tinha e tem de atrativo?

A vida descontraída, menos stress. Os portugueses são muito simpáticos e amigáveis, e claro, o tempo quente.

Há quantos anos trabalha em imobiliário em Portugal? E em que regiões do país opera?

Tenho agência imobiliária própria há mais de 25 anos, tive que fazer um exame na Universidade de Faro para tirar a licença. Trabalhei e vivi no Algarve durante 20 anos, mas já trabalho e vivo no Alentejo há 4 anos. Claro que muitos clientes compram no Algarve, mas também porque não conhecem o Alentejo.

O Alentejo é uma paixão. Porquê? O que distingue esta região?

O Alentejo é a minha paixão, porque este é o Portugal real: a beleza, as colinas, as vinhas, os pássaros, os animais selvagens, a natureza, o sossego, as barragens. Onde encontramos verdadeiras cidades portuguesas como Évora, Estremoz, Reguengos de Monsaraz. Isto é Portugal, é Alentejo.

O Alentejo é a minha paixão, porque este é o Portugal real: a beleza, as colinas, as vinhas, os pássaros, os animais selvagens, a natureza, o sossego, as barragens.

Lembra-se da primeira venda que fez?

Sim, a primeira casa que vendi foi em Vilamoura a um cliente holandês, com quem ainda mantenho contacto.

Qual é o seu perfil de clientes e a que segmento se dedica?

Claro que ainda tenho clientes no Algarve, mas foco-me muito mais nos clientes do Alentejo. Querem muitas vezes terrenos para cavalos, ou negócios de vinho, agricultura ou simplesmente mais sossego e espaço, onde há pouco trânsito.

Como está a correr o negócio? Portugal continua a atrair investimento? Que tipo de investidor?

Percebo que muitos clientes procuram paz e sossego, e Portugal é muito popular entre os estrangeiros por causa disso. Por isso vejo muitas pessoas a querer vir para o país, que para investimento é realmente muito atrativo.

Percebo que muitos clientes procuram paz e sossego, e Portugal é muito popular entre os estrangeiros por causa disso

Há muitos investidores no Alentejo no negócio do vinho, azeitona, amêndoas, cavalos, agricultura, mas também no turismo. E claro, as pessoas querem viver num país tranquilo, quente, sem stress.

Quais os grandes desafios da mediação imobiliária hoje e no futuro?

Especialmente no Alentejo, e no meu caso, procuro que os meus clientes realizem o seu sonho. E às vezes é difícil, uma vez que o Governo nem sempre facilita as regulamentações para os clientes que desejam investir e trazer dinheiro para o país.

Que lições do desporto aplica na atividade como profissional do imobiliário?

Pensamento de mente aberta e empatia com a situação do cliente. A honestidade é muito importante para mim e para com meus clientes. Faço tudo o que posso por eles e não desisto imediatamente. Além disso, experienciei muitas culturas diferentes com o meu desporto. E entendo muitas coisas sobre pessoas de outros países, porque eu mesma por lá passei várias vezes.

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