Berlim acusa Vladimir Putin de tentar “desestabilizar a Alemanha”
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, acusou este domingo, 3 de Março, o presidente Vladimir Putin de tentar “desestabilizar a Alemanha”. A reacção da Alemanha surge depois da Rússia ter transmitido um áudio de trocas confidenciais entre oficiais alemães sobre possíveis entregas de armas à Ucrânia.
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Defesa alemão afirmou que se trata “simplesmente de uma questão de usar esta gravação para desestabilizar a Alemanha”.
Boris Pistorius falou numa manobra para “minar a nossa unidade (…), de semear a divisão política internamente e espero sinceramente que (Vladimir) Putin não tenha sucesso nisso e que continuemos unidos”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu no sábado uma investigação “muito completa” depois da transmissão de áudios confidenciais com conteúdo extremamente embaraçoso para Berlim.
O Ministério da Defesa alemão confirmou que uma conversa secreta da Força Aérea foi escutada ilegalmente.
No áudio os oficiais discutem vários cenários sobre a possível utilização pela Ucrânia dos mísseis alemães Taurus, nomeadamente para destruir a ponte que liga a Crimeia à Rússia e o seu eventual impacto.
Há meses que Kiev pede a Berlim os mísseis de longo alcance, mas Olaf Scholz até agora recusou fornecer os Tauros com medo de ver a Alemanha envolvida no conflito.
Este caso de “espionagem” é duplamente delicado para Berlim. Por um lado, destaca falhas nos meios técnicos utilizados para a comunicação dentro do exército e, por outro, mina a coligação ocidental dividida sobre o envio de Taurus para a Ucrânia.
Do lado russo, o chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, que está de visita à Turquia, afirmou que este caso revela “que o campo de guerra na Europa ainda é muito, muito forte”.
Já o número dois do Conselho de Segurança Russo, Dmitri Medvedev, julgou através conta no Telegram que “os nossos rivais de longa data, os alemães, tornaram-se mais uma vez nossos inimigos jurados e estão a preparar lançamentos de mísseis para atacar a “pátria” russa”.
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