Oficiais acusam chefe da Força Aérea de "banalizar" a vida dos militares e Marcelo de declarações "ofensivas"

A Associação dos Oficias das Forças Armadas diz que a sobrecarga a que os pilotos estão sujeitos está a a pôr vidas em “risco”, num comunicado inusitadamente duro para com o chefe da Força Aérea, mas também para o Comandante Supremo: consideram “inaceitável” que Marcelo tenha dito que quer “prender” os pilotos ao ramo

Oficiais acusam chefe da Força Aérea de “banalizar” a vida dos militares e Marcelo de declarações “ofensivas”

O mal-estar e o descontentamento nas Forças Armadas estão exacerbados, ao ponto de a Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) ter emitido um comunicado, esta sexta-feira, em termos muito duros para o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves – que acusam de banalizar as vidas dos militares -, mas também para o Presidente da República. O documento, feito em reação à notícia do Expresso da semana passada, sobre a saída de comandantes de helicópteros de busca e salvamento, responsabiliza o comandante do ramo pelos riscos que os militares estão a correr, e classifica declarações do Comandante Supremo, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre os pilotos quando disse que os queria “prender” ao ramo, como”inaceitáveis” e “ofensivas”.

A tomada de posição da AOFA surge dois dias depois de três ex-chefes militares do Grupo de Reflexão Estratégica Independente (GREI) terem feito uma avaliação muito negativa sobre a insatisfação que grassa nas fileiras, classificando essa situação como “insustentável” numa carta aos responsáveis políticos. No comunicado assinado pelo tenente-coronel António Mota, presidente da AOFA, esta associação sócio-profissional refere que, “além de insustentáveis, as Forças Armadas se tornaram insuportáveis para os seus militares. E sem militares, não se cumprem missões”, numa alusão às saídas precoces.

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