Se depender da Atlas Schindler, divisão brasileira da gigante suíça de elevadores Schindler, os botões manuais dos elevadores e a espera interminável pela sua chegada em determinado andar serão coisas do passado. Líder no segmento de transporte vertical no Brasil, a empresa investe em novas tecnologias para a construção do elevador do futuro. A mais recente inovação é o chamado Schindler RISE, um robô que automatiza a instalação do equipamento, independente da ação humana e tem como objetivo acelerar e baratear a primeira fase de instalação.
• No mundo, a receita de 2023 foi de 11,5 bilhões de francos suíços, equivalentes a R$ 63,8 bilhões, sendo 30% provenientes das Américas.
• O montante é 1,3% superior ao do ano anterior.
• O lucro operacional atingiu 1,2 bilhão de francos suíços (R$ 6,6 bilhões), 31,4% a mais do que o registrado em 2022.
Segundo Flavio Silva, presidente do Grupo Schindler na América Latina, o Brasil representa uma parte expressiva da operação na região. “O País comercializa as principais soluções oferecidas em outros mercados, como Alemanha, Estados Unidos e Suíça”, disse à DINHEIRO.
Uma dessas soluções é, justamente, o sistema robótico, que chegou ao mercado nacional no final de 2023, instalado no edifício JK Square, em São Paulo. Silva afirmou que a tecnologia é capaz de reduzir o tempo da primeira etapa de instalação em até 65%.
Um robô que acelera e reduz os custos da instalação de elevadores é a mais recente tecnologia do grupo no Brasil (Crédito:Divulgação )
A construção de um elevador moderno e preparado para o futuro exige a combinação de outras ferramentas. Para isso, a empresa aposta na transformação digital em todas as frentes de atuação: novas instalações, serviços de manutenção e reparo e modernização.
No caso da manutenção, um dos principais custos fixos de uma administradora, a companhia investiu no Schindler Ahead, uma tecnologia que permite o monitoramento remoto de elevadores, escadas e esteiras rolantes. “A manutenção passa de analógica para digital, sem a necessidade de enviar um técnico até o local. Tudo isso através da conexão dos produtos com a internet e a coleta de dados”, afirmou o executivo.
Deixando para trás a ideia de um elevador tradicional, a empresa também tem um sistema de gestão de acesso, que não só atende às chamadas como reconhece e se comunica com o passageiro, sugerindo o caminho mais inteligente até o destino. Tudo isso por meio de um terminal com tela touch e sensor de presença. “O Schindler Port foi feito para otimizar o fluxo de trânsito de um edifício, ao mesmo tempo que oferece um atendimento personalizado e controle de acesso”, disse Silva.
SETOR EM ALTA
A estratégia de trazer novas tecnologias para o segmento no Brasil acompanha a tendência do mercado local. Com a taxa Selic em 10,75% e a projeção de chegar a 9% até o final deste ano, o setor imobiliário tende a crescer. “Estamos atentos aos rumos da política e da economia, que são positivos, podendo impulsionar os financiamentos de longo prazo e abrir novas oportunidades para o nosso negócio e o desenvolvimento do mercado”, afirmou o presidente.
No último ano, as vendas de novos imóveis registraram crescimento de 32,6%, de acordo com o indicador Abrainc-Fipe. Foram comercializadas mais de 163 mil unidades no período, marcando o maior volume de vendas desde o início da série histórica há 10 anos.
Para 2024, Luiz França, presidente da entidade setorial, disse que espera a continuidade do bom desempenho. “Com a atual tendência de queda da taxa de juros, é esperado um aumento nas vendas deste ano, tornando a compra de imóveis ainda mais atrativa”, afirmou.
Se todo o mercado cresce, a comercialização de elevador também, sendo um dos equipamentos mais usados dentro de um empreendimento durante toda a vida do imóvel.
Relatório da Research And Markets apontou que o mercado brasileiro de elevadores e escadas rolantes deve crescer cerca de 6% até 2028. Impulsionado também por obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
Diante desse contexto, a centenária Atlas Schindler, que já comercializou 249 mil equipamentos, concentra em Londrina (PR) um dos principais polos exportadores do grupo. Segundo Flavio Silva, a fábrica também passa por avanços tecnológicos para atender a demanda permanente do setor.
Fato é que, se aliada à implementação de novas soluções, essa combinação pode contribuir para que a empresa siga apertando o botão para o andar de cima no mercado brasileiro.
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