O antídoto para celebridades reclamando de si mesmas? Cocô.

O antídoto para celebridades reclamando de si mesmas? Cocô.

O podcast de cocô de Joe Lycett foi o que o mundo dos podcasts precisava (Imagem: Shutterstock/Getty). Quando ouvi falar que Joe Lycett estava fazendo um podcast sobre cocô, fiquei radiante. Agora que sei que tudo não passou de uma farsa, estou de luto pelo que poderia ter sido.

No ano passado, o comediante anunciou que lançaria o Turdcast, um podcast no qual ele entrevista celebridades sobre suas histórias de cocô.

Mas depois de uma impressionante pegadinha na qual Joe fingiu inundar o Liverpool Royal Docks com água suja de banheiro, o podcast foi revelado como uma grande farsa para destacar o problema de esgoto do Reino Unido.

Joe estará no Channel 4 hoje às 21h para falar sobre as águas sujas do Reino Unido, e como um pequeno presente, ele lançou o primeiro – e último, choramos – episódio do Turdcast, no qual ele entrevistou Gary Lineker sobre sua famosa história de cocô na Copa do Mundo, quando o jogador inglês se sujou na televisão nacional.

Neste único episódio de 26 minutos, aprendemos a consistência do cocô mais lendário de Gary – como “torta de pastor” – ouvimos como ele esfregou o bumbum no chão “como um cachorro” na sequência fedorenta, e Joe até revelou que ele mesmo se sujou recentemente durante uma doença.

Numa reviravolta cômica, Gary também revelou que seu ex-companheiro de equipe Paul Gascoigne – também conhecido como Gazza – costumava fazer cocô na banheira da equipe para fazer graça. Oh, Gazza.

Gary Lineker contou a Joe tudo sobre seu infame cocô na Copa do Mundo no primeiro e último episódio do Turdcast (Imagem: Channel 4). Foi um belo episódio de podcast; perfeito em seu equilíbrio cômico entre o absurdo e o relacionável, e de forma bastante incomum, gargalhei em vários momentos.

É claro que o problema de esgoto do Reino Unido é importante, e a dedicação de Joe à luta do cocô no Reino Unido é admirável. Mas estou desapontado com a falta de um podcast sobre cocô: uma verdadeira lacuna no mercado.

Estou cansado de ouvir celebridades falarem sobre suas desgraças, inseguranças mais profundas e trajetórias de vida “inspiradoras” em podcasts de entrevistas longas e significativas, como “O Diário de um CEO” de Steven Bartlett.

Me dê Joanne McNally e Vogue Williams conversando sobre o uso de fraldas como absorventes internos no “My Therapist Ghosted Me” a qualquer dia em vez dos podcasts de entrevistas de celebridades que às vezes se transformam em autorreflexão e elogios mútuos.

Por mais que algumas dessas histórias sejam inspiradoras, e por mais que seja ótimo ver celebridades abrindo-se sobre suas lutas… estou entediado. É um mercado saturado demais, e precisamos de um pouco mais de alívio leve – e fedorento.

Sabe o que seria realmente inspirador e relacionável? Em vez de ouvir sobre a vez em que eles fracassaram nos exames de nível A – bocejo – quero ouvir sobre a vez em que eles cagaram nas calças.

Isso os tornaria verdadeiramente relacionáveis.

Porque essa é a beleza de uma história de cocô bem contada e inesperada: é a forma de humor mais relacionável, é por isso que é tão engraçado. Todos nós já nos sujamos de cocô antes, certo? Certo…?

Joe protagonizou a melhor pegadinha de todas quando fingiu um podcast para chamar a atenção para o problema de esgoto no Reino Unido (Foto: Getty Images). Talvez não. Mas mesmo que você não tenha feito cocô nas calças como adulto, você já se preocupou com isso, com as bochechas contraídas, enquanto caminhava para o banheiro e suspirava aliviado ao chegar lá.

Às vezes, gosto de colocar os dias ruins em perspectiva dizendo para mim mesma: ‘Não é tão ruim, pelo menos você não fez cocô nas calças’. É um medo universal, compartilhado por muitos.

Outro elemento da comédia que histórias sobre cocô capturam tão brilhantemente é a incongruência; histórias são engraçadas quando tomam um rumo inesperado. Cocô não é engraçado quando é feito no vaso sanitário, mas quando acontece em lugares públicos, é aí que a mágica acontece.

Fazer cocô nas calças é o oposto do que queremos que as pessoas vejam em nós – como seres humanos respeitáveis e limpos, pelo menos – e admitir tal acidente ‘pouco atraente’ é o sacrifício máximo da comédia.

A autodepreciação é uma característica marcante da comédia britânica, desde Dad’s Army até Bridget Jones. Ela relaxa a plateia, colocando-os em um status mais alto do que o contador da história, e permite que eles aceitem suas próprias inseguranças no processo.

Para as mulheres, contar uma história sobre cocô pode ser uma incrível libertação feminista, pois ao fazer isso, rejeitamos tudo o que o patriarcado quer que sejamos – meras cagadoras invisíveis com bundas bem cuidadas. Contar ao mundo o nosso segredo mais fedorento seria um dedo médio poderoso para a piada irônica e antiga: ‘Mulheres não fazem cocô’.

Estima-se que uma em cada cinco pessoas adultas no Reino Unido sofre com a síndrome do intestino irritável, sendo as mulheres mais propensas a tê-la do que os homens, pois representam dois terços dos afetados.

Isso é um monte de pessoas que provavelmente sofrem com diarreia e com as consequências às vezes bagunçadas que vêm com ela, e que poderiam se beneficiar da continuação do Turdcast.

Honestamente, a principal razão pela qual quero que o Turdcast continue é porque cocô é engraçado – é simples assim.

Por favor, Joe Lycett, você pode fazer isso acontecer?

Se você tem uma história de celebridade, vídeo ou fotos, entre em contato com o

De acordo com a fonte metro.co.uk

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