Sanções a petróleo venezuelano voltarão se Maduro não agir logo

(Bloomberg) — O governo do presidente Joe Biden pretende reimpor sanções ao petróleo da Venezuela, encerrando uma pausa de seis meses, se o regime de Nicolás Maduro não tomar medidas para permitir uma votação mais justa nas eleições de julho.

Se a Venezuela não agir, os EUA não renovarão uma licença do Departamento do Tesouro que permite a produção de petróleo e gás no país e expirar na quinta-feira, de acordo com pessoas familiarizadas com o plano, que pediram para não serem identificadas.

A governo Biden tem tentado ganhar o máximo de tempo possível antes de finalizar a decisão, na esperança de um avanço improvável que possa mudar seu plano, disseram as pessoas. Se a licença expirar, serão tomadas medidas nos EUA para aliviar o impacto sobre os americanos e o mercado de petróleo do país.

resident Nicolas Maduro Meets With Colombian Counterpart Gustavo Petro

Os EUA concederam a licença em outubro, depois que representantes de Maduro viajaram a Barbados para assinar um acordo por eleições livres e justas. Mas desde então, Maduro tem testado consistentemente os limites do acordo, proibindo a candidatura de María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição em outubro.

Alguns especialistas ainda têm a esperança de uma resolução de última hora que possa evitar o retorno das sanções, como o prolongamento do prazo para o registo de candidatos pelo governo, ou apoio da oposição a Manuel Rosales, um governador autorizado a se registar, mas que é alvo de desconfiança devido a sua vontade de negociar com Maduro.

O governo Biden teme que a revogação da licença possa agravar a crise econômica na Venezuela, a segunda maior fonte de migrantes sem documentos na fronteira entre EUA e México no ano passado. A imigração é uma questão fundamental para Biden nas eleições deste ano, em que ele enfrentará novamente o ex-presidente Donald Trump.

Porta-vozes do Tesouro americano, da Casa Branca e do Ministério da Informação da Venezuela, não responderam imediatamente a pedidos de comentário.

–Com a colaboração de Fabiola Zerpa, Patricia Laya e Andreina Itriago Acosta.

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