Estudo sugere que dieta com menos carne pode diminuir risco de doenças cardiovasculares
Uma pesquisa recente, publicada no BMC Nutrition, indica que a redução no consumo de carne pode levar a uma menor propensão a doenças cardiovasculares.
O estudo analisou 94 participantes, com idades entre 25 e 45 anos, classificando todos em grupos de veganos, flexitarianos e onívoros, conforme seus hábitos de consumo de carne.
Relação entre o consumo de carne e doenças cardiovasculares
Créditos: iStock/Nerthuz
Antes de mais nada, o que são veganos, flexitarianos e onívoros?
Veganos
Os veganos seguem uma dieta estritamente baseada em plantas e evitam todos os produtos de origem animal, incluindo carne, laticínios, ovos, mel e outros ingredientes de origem animal.
Além da alimentação, o veganismo muitas vezes se estende a outros aspectos do estilo de vida, evitando o uso de produtos de origem animal em roupas, cosméticos e outros itens.
Flexitarianos
Os flexitarianos são pessoas que, em sua maioria, adotam uma dieta vegetariana, mas ocasionalmente consomem carne ou outros produtos de origem animal.
Essa abordagem permite uma flexibilidade maior na escolha de alimentos, incorporando refeições vegetarianas, mas sem eliminar completamente os produtos de origem animal.
Onívoros
Os onívoros têm uma dieta que inclui alimentos de origem vegetal e animal. Eles consomem carne, peixe, laticínios, ovos, frutas, vegetais e outros alimentos de origem animal e vegetal.
A maioria das pessoas ao redor do mundo é considerada onívora, pois essa é a dieta mais comum entre os seres humanos.
Metodologia da pesquisa
Para obtenção dos dados, os cientistas utilizaram questionários que investigavam o comportamento alimentar dos voluntários no decorrer de um ano anterior à pesquisa.
Aquelas pessoas que ingeriam menos de 50 gramas de carne por dia eram categorizadas como flexitarianas. Por outro lado, as que consumiam 170 gramas ou mais diariamente acabaram categorizadas como onívoras. Já os que não consumiam nenhum produto de origem animal, como vegano.
Na sequência, os cientistas coletaram amostras de sangue dos indivíduos para avaliação de biomarcadores de doenças cardiovasculares. A pressão arterial, o IMC e a rigidez das artérias também foram verificados durante o estudo.
Como diminuir o consumo de carne pode prevenir doenças cardiovasculares?
O estudo descobriu que tanto flexitarianos quanto veganos apresentavam melhor saúde cardiovascular que os onívoros, pois tinham níveis mais baixos de colesterol total e colesterol ruim (LDL).
Os veganos, adicionalmente, apresentaram níveis mais baixos de insulina em jejum do que os integrantes dos outros dois grupos.
Os resultados sinalizaram que quem consumia pouco ou nenhum produto de origem animal tinham menores índices de síndrome metabólica e menos fatores de risco cardiovascular.
Créditos: racorn/DepositPhotos
Isso inclui níveis de glicose no sangue, pressão arterial, índices de colesterol e peso corporal. A rigidez arterial, que pode estar associada a doenças cardiovasculares, também foi menor entre os flexitarianos.
Compilando ainda mais os dados, os pesquisadores descobriram que os onívoros consumiam mais doces, álcool e produtos lácteos que os veganos e flexitarianos. Isso poderia, consequentemente, aumentar ainda mais o risco de doenças cardiovasculares.
Estudos anteriores e próximos passos
Essa não é a primeira pesquisa que indica a relação entre o consumo de carne e doenças cardiovasculares.
Um outro estudo, lançado na Nature Metabolism, mostrou que a ingestão de proteínas em 22% da dieta diária pode elevar o risco de aterosclerose.
Entretanto, a despeito das descobertas, é necessário mais pesquisas para validar os achados e desconsiderar outras variáveis que podem influenciar os resultados.
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