Prost lamenta falta de rivais e diz que domínio da Red Bull “não é tão bom” para Verstappen

Tetracampeão mundial de Fórmula 1, Alain Prost sabe muito bem como é enfrentar adversários de alto nível e ainda assim sair vencedor. Olhando para a atual força dominante da categoria principal do automobilismo, o francês lamentou o fato de que a falta de competitividade dos rivais acabe tirando o brilho das conquistas de Max Verstappen. De acordo com o ex-piloto, o domínio esmagador da Red Bull acaba não sendo muito bom para a imagem do neerlandês.

Dos três títulos conquistados por Verstappen na F1, somente o da temporada 2021 apresentou um nível maior de dificuldade. Na ocasião, o dono do #1 só conseguiu superar Lewis Hamilton, da Mercedes, na última volta da derradeira corrida do ano, em Abu Dhabi. Nos dois certames seguintes, o companheiro de Sergio Pérez não teve dificuldades para superar Charles Leclerc, da Ferrari, em 2022, e muito menos em 2023, quando venceu 19 dos 21 GPs que foram disputados, totalizando mais do que o dobro de pontos do vice-campeão. Em 2024, o filho de Jos Verstappen já venceu três das quatro corridas realizadas.

Em uma entrevista à revista norte-americana Sports Illustrated, Prost comentou sobre o atual momento dominante de Max e, claro, não pôde deixar de fazer uma comparação com a época em que competia ao lado de Ayrton Senna. “É diferente. Quero dizer, a briga com o Ayrton também aconteceu porque fomos companheiros de equipe por dois anos, e a nossa rivalidade foi depois deste período. Então, é muito diferente”, explicou.

“Hoje, as grandes equipes estão organizadas um pouco mais nesse estilo de ter piloto número um e número dois, principalmente com Max, por exemplo, na Red Bull. Então, é um pouco diferente. Mas ainda acho que se você briga pelo campeonato contra duas ou três equipes diferentes, o valor do piloto vencedor é sempre maior”, continuou o tetracampeão.

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Alain Prost lamente que Max Verstappen não receba os devidos méritos (Foto: AFP)

Prost ainda lamentou o fato de que a força dos carros da equipe de Milton Keynes nos últimos anos possa ter tirado o mérito das conquistas de Verstappen. “É sempre algo difícil porque, por exemplo, Max é um dos melhores pilotos da atualidade. Talvez o melhor, você tem de aceitar isso”, afirmou.

“Se você olhar para a percepção que as pessoas podem ter – que ele está ganhando por causa do carro —, então, na verdade, não é tão bom para ele. O que é uma pena, porque acho que ele realmente faz parte do sucesso”, acrescentou Alain, que ainda disse entender a escolha dos times em ter um piloto que seja mais beneficiado em relação ao outro, mas lamentou que não exista ninguém no momento que possua condições de competir contra Verstappen.

“As grandes equipes como Ferrari, Mercedes, e Red Bull, obviamente, serão mais organizadas e terão mais chances de vencer se tiverem um piloto número um, que seja o favorito na equipe. Então elas se concentram nisso. Mas é uma pena que, no momento, não temos isso”, sublinhou.

“Não tínhamos tanto isso. Ayrton começou, e depois Michael [Schumacher], Lewis e agora Max. Nem sempre é uma decisão do piloto, faz parte do jogo. Mas, novamente, se a Ferrari conseguir se juntar à briga [contra a Red Bull] e talvez a Mercedes, mais tarde ou no próximo ano, será uma disputa muito boa”, observou Prost, que espera que a chegada de Hamilton ao time de Frédéric Vasseur cause o efeito esperado.

Prost espera que Lewis Hamilton dispute o título pela Ferrari (Foto: F1)

“Especialmente a Ferrari, que é um grande nome na F1. Se eles voltarem a lutar pelo título, especialmente com Lewis no próximo ano, será um grande acontecimento”, finalizou.

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