França lança nova campanha contra Covid-19 e espera controlar possível alta de casos nas Olimpíadas
A França inicia, nesta segunda-feira (15), uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19, aberta à população a partir de 18 anos e destinada a proteger idosos de mais de 80 anos e imunossuprimidos. O país espera, desta maneira, proteger os pacientes mais frágeis caso haja um pico de contaminações durante os Jogos Olímpicos em Paris, entre 26 de julho e 11 de agosto.
Quatro anos depois do início da epidemia de Covid-19, o vírus SARS-CoV-2 continua em circulação durante todas as estações do ano. Ele não se tornou sazonal ou endêmico, como a gripe. Por essa razão, a vacinação continua sendo essencial para proteger hospitalizações, mortes e outras complicações relacionadas à doença, alertam as autoridades sanitárias francesas.
Neste contexto, segundo a Alta Autoridade da Saúde (HAS), “proteger os mais vulneráveis, que provavelmente desenvolverão formas graves e apresentarão complicações”, continua sendo a prioridade do governo francês. Em média, os imunizantes protegem cerca de seis meses, mas esse prazo pode ser um pouco maior ou menor em função de vários fatores individuais.
Em entrevista à rádio francesa Franceinfo, a presidente da comissão técnica para vacinas da Alta Autoridade para a Saúde, Anne-Claude Crémieux, lembrou que os idosos de mais de 75 anos continuam sendo as principais vítimas da Covid-19, e 90% das vítimas fatais têm mais de 65 anos.
Na França, entre os meses de janeiro e março, mais de 33 mil pessoas foram hospitalizadas por conta da doença, e pelo menos 93% dos pacientes internados nas UTIs tinham tomado a vacina há mais de seis meses.
Evolução do vírus ainda é imprevisível
A infectologista francesa lembra que o risco do surgimento de uma nova cepa, resistente à vacina e à imunidade adquirida pela população, é imprevisível. As Olímpiadas, diz, também podem “acelerar as transmissões caso haja um aumento das contaminações.” Ela afirma porém que a nova campanha de vacinação ocorreria independentemente dos Jogos Olímpicos.
A nova dose de reforço poderá ser administrada entre três e seis meses após a última injeção ou infecção pela Covid-19. Serão usadas as vacinas da Pfizer/BioNTech, a base de RNA mensageiro, que protegem contra a variante Omicron XBB.1.5 e o soro da Novavax, que usa a tecnologia de nanopartícula recombinante para gerar um antídoto derivado da proteína Spike, usada pelo vírus SARS-CoV-2 para entrar na célula.
A representante da Alta Autoridade da Saúde francesa lembra que as vacinas são seguras, e as doses de reforço, “bem toleradas”. A HAS recomendou que a campanha seja prorrogada até o dia 15 de julho “se a situação epidemiológica justificar a manutenção da campanha”.
A campanha de outono-inverno na França, que começou em outubro do ano passado, teve como público-alvo principalmente pacientes com mais de 65 anos, pessoas vulneráveis, com comorbidades, gestantes, idosos que vivem em clínicas medicalizadas e a população que têm contato com outros grupo de risco.
(RFI e AFP)
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