Com o fim do El Niño e a chegada da La Niña, Brasil não deve ter ondas extremas de calor em 2024

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ano de 2023 foi o mais quente da história da humanidade, como confirmado pelo observatório Copernicus, da Agência Espacial Europeia. E um dos grandes culpados por esse feito foi o El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico e influencia o clima de todo o planeta.

O fenômeno climático, porém, está chegando ao fim, entrando no período de neutralidade, quando as águas do Pacífico já não estão tão quentes quanto antes.

O problema é que os climatologistas alertam para a chegada de outro fenômeno, o La Niña, que é o oposto do El Niño. Em vez das tórridas ondas de calor, a tendência para o inverno de 2024 é muito frio, porque o La Niña é justamente o resfriamento das águas do Pacífico tropical central e oriental.

Conforme análise do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a probabilidade é de que no trimestre junho, julho e agosto o Brasil já esteja sob os efeitos do fenômeno.

“Ainda não se pode afirmar a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno são chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já na região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão”, informa o instituto, em seu site oficial.

Os efeitos do El Niño são justamente o contrário: diminuição das chuvas no Norte e Nordeste, calor e aumento da chuva nas demais regiões.

De acordo com análise divulgada pelo Inmet , desde o início de abril foi registrado um resfriamento das TSMs (Temperaturas da Superfície do Mar) que chegaram, nos últimos cinco dias, a valores próximos a 0,5ºC acima da média.

Esse valor de temperatura é considerado o limite para o início da fase neutra do oceano. Ainda segundo o Inmet, as TSMs já vinham em constante esfriamento no Pacífico Equatorial. Entre os meses de fevereiro e março de 2024, as temperaturas baixaram de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média.

Mesmo sem o El Niño, a meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, diz que é possível termos uma nova onda de calor, principalmente, em setembro e outubro. Mas, afirma, não seria nada parecida com as que vivenciamos em 2023. “Este ano, se houver, vai ser bem menor. Ano passado tivemos nove”, destaca.

Outro ponto que tem chamado a atenção dos especialistas é a curta transição entre os dois fenômenos. Quando um ainda está terminando o outro já demonstra estar chegando. O motivo? As constantes mudanças climáticas.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, tanto o El Niño quanto a La Niña duram entre nove e 12 meses, e ocorrem a cada dois a sete anos, embora não tenham um calendário regular e possam praticamente se sobrepor, como neste ano.

“Há um ano, saímos de uma La Niña e em março já tínhamos sinais de El Niño. Agora estamos novamente em março e abril com sinais de La Niña. Não conseguimos nos recuperar do impacto do fenômeno e passamos rapidamente para o oposto”, disse Yolanda González, diretora do Centro Internacional de Pesquisa para o Fenômeno El Niño.

A especialista apontou que com um planeta quente e com anomalias na temperatura tanto do oceano quanto da atmosfera, estamos passando para a “neutralidade e a preparação da La Niña com um planeta muito anômalo em temperaturas”.

“Isto nos chama a atenção para estarmos todos em alerta significativo e máximo diante destas mudanças”, apontou.

Os climatologistas afirmam que os dois fenômenos têm impactado direto na produção agrícola da América Latina como um todo, principalmente, trigo, arroz e milho, o que provoca efeitos na economia dos países, altamente dependentes das matérias-primas.

No Brasil, especificamente, a meteorologista Andrea Ramos diz que a estiagem vai começar em maio, com um padrão mais seco, com menos chuva e mais frio, quando vier as massas de ar polar do Sul do continente.

Em boletim divulgado pelo Inmet em março, a previsão para os três meses seguintes na região Sudeste do país era chuva levemente acima da média. No entanto, essa previsão pode mudar agora no fim de abril, quando novo levantamento será feito.

“As mudanças abruptas que as espécies estão enfrentando e o fato de que agora esses ciclos estão quase se sobrepondo diminuem finalmente a capacidade de resiliência para se adaptar a essas mudanças, então estamos diante de um cenário que implica um enorme desafio”, disse Marion Khamis, especialista para a América Latina em Gestão de Riscos e Resiliência da FAO —organização intergovernamental da ONU para negociar acordos e debater políticas contra a fome mundial.

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