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BRASÍLIA – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu nesta quarta-feira, 10, pela manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018. O placar foi de 39 a 25 para manter Brazão encarcerado. A palavra final é do plenário da Casa.
CCJ da Câmara aprovou, por 39 votos a 25, o parecer que mantém o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) na prisão Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Apenas o deputado João Leão (PP-BA) se absteve de votar. O parecer do deputado Darci de Matos (PSD-SC), favorável à manutenção da prisão de Brazão, deverá ser votado no plenário ainda nesta quarta. São necessários 257 votos favoráveis para que o parlamentar continue encarcerado.
Quatro siglas com ministérios acompanharam a orientação do governo: MDB, PSB, PSD e PDT. O PP, também com representante na Esplanada, liberou a bancada. Ainda assim, o partido entregou cinco votos sim e uma abstenção. Todos os deputados do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, votaram pela soltura de Chiquinho Brazão.
Dos seis deputados da bancada do Rio na CCJ, cinco votaram a favor da soltura do parlamentar: Carlos Jordy (PL), Chris Tonietto (PL), Dani Cunha (PL), Delegado Ramagem (PL) e Marcelo Crivella (Republicanos). Apenas Chico Alencar, do PSOL, partido ao qual Marielle era filiada quando foi executada, votou pela manutenção da prisão de Brazão.
Por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) deflagrou no dia 24 de março a Operação Murder Inc., que prendeu de forma preventiva Chiquinho Brazão, o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são suspeitos de serem os autores intelectuais da morte da vereadora.
O relatório da PF, divulgado no dia da operação, mostrou que os irmãos Brazão mandaram matar a vereadora por interesses relacionados à grilagem e à atuação de milícias na região. Em sessão da CCJ realizada no último dia 26, Chiquinho negou envolvimento no crime e disse que tinha boa relação com Marielle quando os dois eram vereadores na Câmara Municipal do Rio. “Tivemos um ótimo relacionamento onde ela defendia áreas de seu interesse e eu também defendia os meus”, afirmou.
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