Jornal britânico noticiou que Cabo Verde e Angola estariam numa lista de países a abordar pelo Reino Unido para negociar a deportação de migrantes. Cabo Verde já se demarcou sobre o tema. Angola continua em silêncio.
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Na segunda-feira (15.04), o jornal britânico The Times noticiou que Cabo Verde e Angola estariam numa lista de países – juntamente com o Botswana, o Senegal, a Tanzânia, o Togo e a Serra Leoa – que poderiam ser abordados pelo Reino Unido, caso falhem as negociações com outros países para o envio de migrantes.
O jornal citava documentos internos oficiais, obtidos através de uma fuga de informação, segundo os quais a Costa Rica, a Costa do Marfim e a Arménia seriam opções, caso os tribunais continuem a impedir a deportação de migrantes para o Ruanda.
De acordo com o The Times, a Guiné-Bissau terá sido rejeitada devido à instabilidade política que o país enfrenta. Já Marrocos, Tunísia, Namíbia e a Gâmbia são referidos como tendo rejeitado explicitamente qualquer negociação sobre esta matéria.
Cabo Verde reagiu ontem à notícia. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional cabo-verdiano disse que “o assunto nunca foi abordado” e “o Governo não aceita encetar qualquer negociação nesse sentido”. As autoridades angolanas ainda não se pronunciaram publicamente sobre o assunto. A DW África contactou o Governo angolano, mas não foi possível obter uma reação.
Joveth Sousa, especialista em Relações Internacionais, diz que Angola não tem condições para receber migrantes deportados devido às crises económicas e sociais que o país enfrenta. Acredita ainda que o silêncio das autoridades angolanas até aqui é para evitar turbulências sociais.
DW África: Angola teria condições para acolher migrantes deportados do Reino Unido, caso o país seja abordado?
Joveth Sousa (JS): Acho que as possibilidades disso vir a acontecer são muito remotas, porque Angola é um país com um passado de guerra, e vivemos uma paz ainda muito frágil, olhando para as situações que ocorrem no interior do país, ligadas a uma certa intolerância por parte daqueles que fizeram a guerra.
O país tem enfrentado muitas convulsões sociais. Estamos a viver uma situação económica muito crítica. Hoje vê-se populares angolanos a comerem no lixo, famílias angolanas inteiras que não têm uma refeição por dia. A situação em Angola está completamente degradada.
DW África: As crises sociais que Angola enfrenta seriam um nó de estrangulamento contra um acordo de deportação de migrantes entre o Reino Unido e o Governo angolano?
JS: De facto, seria uma das razões. Dizem alguns especialistas e estudiosos que, hoje em dia, o poder político submete-se ao poder económico.
Crise socioeconómica seria
Sendo assim, isso poderá vir ser um empecilho para um acordo. O país não estaria em condições de abrigar essas pessoas, por conta da situação interna, tanto do ponto de vista económico, como do ponto de vista social e cultural.
DW África: Estariam os angolanos abertos para aceitar um acordo neste sentido?
JS: Um acordo relacionado a esta agenda irá gerar um sentimento anti-migração, mesmo contra essas pessoas deportadas, que viriam encontrar asilo político no nosso espaço territorial.
DW África: Este assunto já circula na imprensa desde o início da semana, mas ainda não há uma posição oficial e pública do Governo angolano. Como interpretar este silêncio das autoridades angolanas?
JS: O silêncio é por conta mesmo da posição do povo, porque o povo é soberano. O Governo não pode avançar sem medir o barómetro social, para perceber como é que o povo poderá vir receber esta notícia.
[Comentar] em público uma notícia dessas poderia acirrar os ânimos e criar aqui uma animosidade entre o Governo e a população. Então, está a ser um cauteloso nesse aspeto para não divulgar, nem fazer avanços significativos, porque a situação interna não é das melhores.
por:content_author: Amós Fernando
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