Caminhão dos bombeiros se dirige ao incêndio Smokehouse Creek, na área conhecida como ‘Panhandle’ do Texas, em 27 de fevereiro de 2024, em imagem cedida pela Associação de Bombeiros Profissionais de Greenville
Diversos incêndios florestais afetavam nesta quarta-feira (28) o Texas, no sul dos Estados Unidos, um deles entre os maiores de sua história recente e fora de controle, enquanto várias localidades foram esvaziadas e algumas propriedades foram destruídas pelas chamas.
Segundo o Serviço Florestal do Texas, sete incêndios permaneciam ativos nesta quarta, localizados no norte e no nordeste do estado. Outros 16 focos, no norte, nordeste e leste do Texas, estavam contidos (ainda queimando, mas sem avançar), totalizando 23. Outros dez já estavam sob controle e foram retirados da lista.
Os maiores incêndios ativos atingem a região conhecida como “Panhandle” (“alça da panela”, em inglês), conhecida assim por seu formato no mapa. As áreas consumidas pelo fogo somam cerca de 418.500 hectares, segundo o boletim mais recente do Serviço Florestal do Texas.
O maior foco ativo até o momento, conhecido como Smokehouse Creek (norte), havia queimado até esta quarta cerca de 344.000 hectares e estava “3%” controlado. Trata-se do segundo maior incêndio florestal registrado no Texas desde 1988, de acordo com dados oficiais.
Canadian, uma das cidades próximas ao maior incêndio, teve várias áreas afetadas, mas a população em risco já havia sido removida na terça-feira. O prefeito Terrill Bartlett disse à CNN nesta quarta que não houve ninguém “gravemente ferido”. “Ninguém perdeu a vida, mas algumas casas foram queimadas”, explicou.
O meteorologista da CNN, Chad Myers, afirmou na terça-feira que o fogo em Smokehouse Creek estava se propagando a uma taxa de “dois campos de futebol americano por segundo”.
Durante a noite de ontem, a principal fábrica de armamento nuclear dos Estados Unidos, Pantex, localizada nas proximidades de uma das áreas afetadas, teve que interromper temporariamente suas atividades. A empresa informou nesta quarta-feira na rede X que retomou seus trabalhos normalmente e que suas instalações já não estão ameaçadas.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, informou que o presidente Joe Biden estava recebendo atualizações sobre os incêndios e que estavam em contato com o pessoal na linha de frente.
– ‘O fogo continua’ –
“Esta manhã, o vento diminuiu e a umidade aumentou. Isso freou a progressão dos incêndios. Hoje começarão os trabalhos para aumentar a contenção dos incêndios”, indicou a prefeitura da cidade de Borger, próxima ao maior incêndio, em sua conta no Facebook.
As autoridades de Borger compartilharam imagens que mostram áreas fumegantes e devastadas, com vários imóveis consumidos pelas chamas. Máquinas pesadas trabalhavam para cercar o avanço das chamas.
“O fogo ativo continua e lembre-se que há linhas elétricas caídas e muitas dessas áreas continuam sendo perigosas. Por favor, respeite aqueles que perderam propriedades e lares, e nossos socorristas que continuam apagando incêndios e trabalhando para conter a área”, detalharam as autoridades de Borger.
Por sua vez, a cidade de Fritch, também na região, permanecia sem eletricidade nem água, e as autoridades instavam a população a permanecer em abrigos.
“Algumas casas ainda estão queimando. Há áreas onde pode não haver fogo ativo, mas as propriedades estão danificadas e simplesmente não podemos deixar que entrem ali. Também há esforços em curso de busca e resgate”, disse Deidra Thomas, porta-voz de Gestão de Emergências do condado de Hutchinson (ao qual pertencem as cidades de Borger e Fritch), em um vídeo publicado nas redes sociais.
O escritório do Serviço Meteorológico dos Estados Unidos em Amarillo, cidade do Texas próxima a alguns dos incêndios, previa “ventos leves” para hoje.
Ventos fortes aceleraram ontem a expansão de vários desses incêndios e levaram a fumaça até Amarillo, onde a qualidade do ar estava muito ruim.
Greg Abbott, governador do Texas, anunciou ontem uma declaração de desastre natural para 60 condados, desbloqueando recursos para combater os incêndios.
“Espera-se que as condições quentes e secas causadas pelas altas temperaturas e pelo vento continuem na região nos próximos dias. Essas condições podem aumentar o potencial de crescimento desses incêndios florestais e torná-los mais perigosos”, destacou o governador.
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