EUA, Coreia do Sul e Japão têm realizado exercícios militares sob justificativa de que precisam se defender de ameaças nucleares. Moscou e Pyongyang têm estreitado os laços para romper o isolamento diplomático de ambos.
Por Redação, com Poder360 – de Moscou
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na quarta-feira, durante entrevista a jornalistas na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, que os EUA, a Coreia do Sul e o Japão “se preparam para uma guerra contra a Coreia do Norte”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, participou de reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York
Os três países têm realizado exercícios militares conjuntos. Justificam as atividades com a necessidade de se defenderem das ameaças nucleares de Pyongyang.
Também de acordo com Lavrov, a relação entre a Rússia e a Coreia do Norte está “se desenvolvendo de forma bastante ativa”. Ele disse: “Vemos que a Coreia do Norte está tentando ser independente e não dançar a música de ninguém”.
Moscou e Pyongyang têm estreitado os laços para romper o isolamento diplomático de ambos. Este movimento preocupa opositores, que temem cooperação armamentista. A Coreia do Norte foi acusada de fornecer armas à Rússia na guerra contra a Ucrânia. Os países negam.
Guerra no Oriente Médio
O assunto principal da reunião do Conselho de Segurança da ONU, da qual Lavrov participou na quarta-feira, é a guerra entre Israel e o Hamas. O ministro russo comparou a declaração do líder norte-coreano, Kim Jong-un, de que a Coreia do Norte não se unificará com o Sul ao posicionamento do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a impossibilidade de criação de um Estado palestino.
– É terrível quando, em vez de unidade, temos tendências que nos dividem – disse o ministro russo. “E, no entanto, este é um processo sistemático em muitas regiões, e os principais contribuintes para essa tendência são aqueles que acreditam ser os mestres do universo”, completou.
Sem citar nomes, acusou países como os EUA e antigas potências coloniais de se acharem os “donos do universo” e ignorarem a independência das ex-colônias. “As ex-potências coloniais têm de enfrentar a realidade do mundo de hoje. (…) Você não deveria pensar que é tão forte só porque tem o dólar”, disse.
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