Antes da estreia no Euro, Rúben Dias não teve pudores: “Sim, sou um dos mais experientes no balneário”
O defesa central foi o escolhido para falar na véspera do jogo contra a Chéquia (terça-feira, 17h, SIC), o primeiro de Portugal no torneio. E Rúben Dias garantiu que a derrota com a Croácia, no segundo encontro de preparação, foi valiosa para a seleção nacional
Antes da estreia no Euro, Rúben Dias não teve pudores: “Sim, sou um dos mais experientes no balneário”
Pepe está apto para jogar? E sabe com quem vai jogar?
“Eu acho que está tudo bem. Mas ainda não sabemos”
E quantos centrais?
“Por favor, continuem, que isto é só perguntas de ‘sim’ ou ‘não’ [ri-se]. Ainda não sabemos.”
Que tal o ambiente na seleção?
“Sentimo-nos prontos, temos nesta altura um bom mix de experiência, de jogadores mais jovens, mesmo dentro dessa experiência, além da individual que cada jogar traz do clube, temos experiência juntos, a passarmos dificuldades juntos, a vermos onde podemos ser melhores. Ajuda-nos a construir este espírito que temos de ter numa competição como esta.”
Portugal é um alvo a abater?
“Sinceramente, não gosto muito de me fixar em favoritismos. Sabemos da qualidade que temos e das condições para fazermos algo especial. Mas depende sempre muito da capacidade que temos para nos juntarmos, outra vez, em cada momento, cada novo estágio exige novamente, é quase tudo novo, novo no sentido de ser um momento em que temos novamente de nos juntar. Sempre achei importante essa capacidade que temos em nos ligar outra vez, estágio após estágio. Tudo vai ser resultado dessa capacidade que temos de, após uma época, continuarmos frescos na mente e com a energia. E, após as dificuldades que sempre vão aparecer, a capacidade que teremos em lidar com elas e crescer ao longo da competição.”
A derrota contra a Croácia
“Foi um momento muito importante para observar, refletir e abordar diversos temas. Se me perguntas quando preferia que esse momento tivesse acontecido, era exatamente ali. Sinto que, em certa parte, devido ao que aconteceu nesse jogo, estamos muito mais prontos.”
A Chéquia
“As circunstâncias em que nos voltamos a encontrar são diferentes. Agora, sem dúvida, é importante ter presente esse jogo [vitória por 4-0 em Praga, em 2022], mas jogamos contra uma equipa diferente. Muitos intervenientes continuam lá, nesse sentido é um fator de confiança.”
A importância de uma seleção ter defesas sólidos
“É um jogo mental de cada um, é a coisa mais difícil no futebol, ser consistente, há quem chegue a um patamar elevado, mas depois é preciso ficar lá. Não podemos parar de nos desafiar e, enquanto equipa, se queremos fazer algo especial isso também passa por crescer em conjunto.”
Como trabalha Roberto Martínez?
“Acima de tudo, acho que me focaria mais na parte tática, da pessoa com quem trabalhamos. Aí é, de facto, uma pessoa que torna tudo mais fácil, quer no dia a dia, como na maneira como abordamos a ideia em que queremos jogar, a análise que fazemos dos adversários. É um trabalho fácil para nós, jogadores, porque ele tem uma forma clara de comunicar.”
O que representa Cristiano Ronaldo?
“Além de ser uma inspiração, representa que tudo é possível, que podes sonhar e atingir, representa muitas coisas. Obviamente, é um prazer tê-lo connosco. Mais do que todas estas pequenas grandes coisas que disse, representa muito estar connosco neste momento da carreira dele. É o nosso capitão e vamos segui-lo até ao fim.”
Rúben Dias é um dos líderes?
“Por consequência natural do que tem sido a minha carreira, acabo por ser, neste momento, um dos jogadores mais experiências no balneário. Acaba por ser uma consequência das tuas conquistas, da tua carreira e da personalidade de cada um de nós. Sim, sou um dos mais experientes, uma mistura de idade com futebol, e, da melhor maneira possível, tento passar essa experiência para toda a equipa e tudo o que acho importante para contribuir para o nosso sucesso.”
Com que atacantes checos está mais preocupado?
“Posso estar a mencionar nomes, mas é algo que não quero fazer. Não é um jogador que nos vai causar problemas, trata-se mais da equipa toda, a forma com jogam e podem chegar a zonas complicadas. Sabemos que podem ser muito perigosos.”
As bolas paradas da Chéquia
“Faz parte de conhecer a Chéquia. Há pouco tempo, vi num comentário que eles eram tão altos e tão fortes e eles um bocadinho ao contrário. Não acho que assim seja. Podemos ter alguns jogadores mais baixos do que o costume, mas acho que temos um muito bom equilíbrio no que toca à capacidade física. Temos muito boa noção da seleção contra a qual vamos jogar.”
Sentem pressão em vencerem o Europeu?
“É apressado dizer que somos os principais favoritos à vitória, não acho que somos. A nossa seleção é muito boa, temos potencial para sermos bastante perigosos, mas vai depender muito na forma como crescemos na prova, temos jogadores muito talentosos e experientes, mas é preciso encontrar a dinâmica e mentalidade certas para ultrapassarmos os problemas que vamos ter.”
Só os capitães podem falar com os árbitros nos jogos do Europeu
“É uma regra que queremos tentar respeitar na medida do possível, todos sabemos que há momentos e momentos no jogo e, por vezes, há alturas que não são tão fáceis de controlar. Uma das coisas que a UEFA quer, mais do que tudo, é que tentemos controlar as nossas reações, que tentemos ser respeitosos quando quisermos dizer o que queremos dizer. Creio que vamos conseguir encontrar um equilíbrio e reagirmos de forma natural ao que for acontecendo no campo.”