Desembargador que votou contra Lula tem filho que sócio de Moro

O filho do desembargador Marcelo Malucelli, que votou pela prisão do hoje presidente Lula, responsável pela análise da Lava Jato em segunda instância, namora a filha mais velha de Moro e é sócio dela, do senador e da deputada federal Rosângela Moro, no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados.

Por Redação – de Brasília

O desembargador Marcelo Malucelli, no Tribunal Regional Federal da IV Região, disse à Corregedoria Nacional de Justiça que não sabia da sociedade entre seu filho, o advogado João Malucelli, e o ex-juiz parcial e incompetente da Lava Jato e atual senador Sergio Moro (UB-PR).

O ex-juiz parcial e incompetente Sérgio Moro (UB-PR), hoje senador, responde a outro inquérito no STF

As declarações constam de um depoimento prestado pelo magistrado em 2023, disponibilizado pelo CNJ nesta semana. O vídeo foi divulgado pelo site Consultor Jurídico.

— Fui pego de surpresa (…). É engraçado contar porque minha esposa, nervosa, disse em casa: ‘Inclusive, estão dizendo que você é sócio do Moro e não sei o quê. Que absurdo’. E ele (João, o filho) falou assim: ‘É, mas eu sou. Eu faço parte. Meu nome tá lá’. Foi aquela surpresa geral em casa. Eu não sabia. Mas isso aí jamais interferiria nos meus julgamentos — garantiu, no depoimento.

Namorado

O filho do desembargador, responsável pela análise da Lava Jato em segunda instância, namora a filha mais velha de Moro e é sócio dela, do senador e da deputada federal Rosângela Moro, no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados.

A relação entre o ex-juiz e o desembargador foi revelada em ações movidas contra Malucelli pelo advogado Rodrigo Tacla Duran e pelo senador Renan Calheiros (MDB). O CNJ apura se o magistrado atuou para restabelecer uma ordem de prisão contra Tacla Duran, que atualmente vive na Espanha, apesar da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que caso ficasse restrito ao tribunal superior.

Moro, por sua vez, passa por um novo escrutínio no STF nesta semana, no processo por agir “com a nítida intenção de macular a imagem e a honra” do ministro da Corte Gilmar Mendes.