Tour de France 2024: João Almeida no planeta dos extraterrestres

A 111.ª edição da grande boucle, que arranca sábado (Eurosport, a partir das 10h45, RTP 2 a partir das 14h50) junta um cartaz de sonho, com Pogacar a tentar alterar a recente supremacia de Vingegaard, o bicampeão que chega com dúvidas após uma grave queda em abril. Há ainda Evenepoel, Roglic, Van Aert ou Van der Poel, tal como João Almeida, que se estreia na Volta a França no papel de gregário de Pogi, mas com um olho na geral

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A UAE-Emirates, de Pogacar e João Almeida, na apresentação do Tour, em Florença

Para o diário espanhol “Marca” é o “Tour do milénio”. O “AS” descreve-o como “um Tour digno de filme”, o portal especializado “Cyling News” fala de “duelo de lendas”, para a plataforma “Global Cycling Network” é “o melhor Tour dos últimos anos”. João Almeida, à Lusa, diz que este talvez seja “o pelotão mais forte de sempre” na corrida francesa.

Se o Tour é sempre o Tour, a principal competição do calendário do ciclismo, o Tour 2024 é ainda mais Tour. Talvez pela proximidade com os Jogos Olímpicos em Paris, a grande boucle deste ano quer ser mais rápida, mais alta, mais forte. Com um cartaz que se assemelha a um encontro de estrelas das bicicletas.

Estamos na era dos super-heróis do ciclismo, dos que tudo fazem, dos que ganham em série em todos os terrenos. De 29 de junho a 21 de julho, entre 3.492 quilómetros, os extraterrestes partirão de Itália, passarão São Marino e o Mónaco, terminarão em França.

Ninguém parece faltar. Está Jonas Vingegaard, bicampeão em título que esteve em sério risco de não estar devido a uma queda grave em abril, está Tadej Pogacar, vencedor em 2020 e 2021, recém-sagrado campeão do Giro e fenómeno que aspira ao sonho impossível, vencendo as três grandes voltas no mesmo ano. Estão os pretendentes Primoz Roglic e Remco Evenepoel, os versáteis e polivalentes Mathieu Van der Poel e Wout van Aert.

O que equivale a dizer que temos presente, pela primeira vez na mesma corrida de três semanas, o big six do ciclismo.

João Almeida no “Real Madrid do Tour”

Tadej Pogacar ganhou o Tour em 2020 e 2021. Depois, a partir de 2022, um dinamarquês menos carismático, mas talvez mais forte na altíssima montanha, agarrou a corrida pelo pescoço e passou a dominá-la.

Jonas Vingegaard é o bicampeão em título da grande boucle, mas a sua forma atual é uma incógnita (já lá vamos). Para tentar recuperar a conquista, Pogi (alcunha de Pogacar) muniu-se de um coletivo que foi descrito por Remco Evenepoel — numa analogia que recorre ao passado do internacional jovem belga no futebol — como “o Real Madrid do Tour”.

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Pogacar e Vingegaard ficaram nos dois primeiros lugares nas três derradeiras edições do Tour

“Talvez seja uma das equipas de montanha mais fortes que já se viu na história do Tour”, admitiu Pogi. No Tour dos extraterrestres, a UAE-Emirates leva uma equipa de craques, um conjunto em que homens que seriam líderes noutras formações, legítimos candidatos ao pódio, estarão com a missão de ajudar o esloveno.

A Emirates conta com três habituais líderes aos quais se destina o papel de escudeiros: João Almeida, terceiro do Giro de 2023, top 10 nas cinco grandes voltas que terminou nos últimos quatro anos, Adam Yates, terceiro no último Tour, e Juan Ayuso, terceiro na Vuelta de 2022 e quarto na de 2023. Isto para não mencionar Marc Soler, que já ganhou duas etapas na Vuelta e o Paris-Nice, ou Pavel Sivakov, que também sabe o que é terminar uma grande corrida por etapas entre os 10 melhores.

Apesar de haver tanta estrela, na equipa garantem que “todos sabem para que vieram”, disse Matxin, diretor da Emirates, ao “Relevo”. Traduzindo: todos vieram para ajudar Pogacar a ganhar. Não quererão uma Astana 2009, uma luta interna dentro da equipa como a que sucedeu naquele Tour entre Alberto Contador e Lance Armstrong.

Depois de ganhar o Giro com estilo, conquistando seis tiradas, Pogacar teve covid-19, mas diz que foi “suave”. Tadej chega ao Tour com um discurso promissor. “Nunca estive tão em forma”, assegura o carismático esloveno, espécie de Da Vinci das bicicletas, completo, versátil, um festival de talento.

Neste “Real Madrid”, João Almeida estrear-se-á na maior das corridas com um papel, na teoria, de menor protagonismo do que vem sendo habitual nas outras grandes voltas que já disputou. O caldense alterou o calendário para esta temporada, deixando de lado o Giro e centrando-se no Tour, reforçando o grande bloco da Emirates que quer destronar Vingegaard.

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João Almeida a trabalhar para Pogacar na Volta à Catalunha. Imagem a repetir?

Um dos mais consistentes ciclistas dos últimos anos nas competições de três semanas — quarto no Giro 2020, sexto no Giro 2021, quarto na Vuelta 2022, terceiro no Giro 2023, nono na Vuelta 2023 —, Almeida assegurou, à Lusa, ser “uma honra estar ao lado de Pogacar”. Mas “um bom lugar na geral não está fora de hipótese”, comentou também à “A Bola”.

Com pouco protagonismo na primeira metade da temporada, João mostrou, na recente Volta à Suíça, um nível muito elevado. Perceber em que lugar estará na hierarquia da Emirates será uma das questões mais interessantes da corrida, desde logo porque, em 2023, Yates provou que é possível trabalhar para Pogacar e, mesmo assim, terminar no pódio.

Para João Almeida, este primeiro Tour será como uma expedição ao planeta dos extraterrestres, uma visita aos grandes craques desta era dourada do ciclismo. Estará nesse mundo fantástico de passagem ou para ficar?

A queda que marcou 2024

4 de abril de 2024 é uma data-chave da temporada de ciclismo. Naquela quinta-feira, uma grande queda levou ao chão boa parte do pelotão da Volta ao País Basco. Um dos que em pior estado ficou foi Jonas Vingegaard, colocando-se, desde logo, em causa se o dinamarquês da Visma poderia defender o seu título no Tour.

Vingegaard esteve 12 dias internado. Sofreu uma fratura na clavícula direita, tal como em várias costelas. Não voltou a competir desde a queda que também condicionou a preparação de Primoz Roglic ou Remco Evenepoel, mas estará na partida que será dada em Florença. “Estar no Tour já é uma vitória. Tentarei fazer o melhor resultado possível, tudo o que conseguir a mais será um bónus”, diz, conservador, o dinamarquês que dominou as duas últimas edições.

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A queda na Volta ao País Basco que fez várias vítimas, com Vingegaard a ser um dos que ficou em pior estado

Sem contar com a ajuda de Sepp Kuss, provavelmente o melhor gregário de montanha do mundo, ausente devido a covid-19, Vingegaard parece apostado em ir ganhando a forma perdida durante a corrida. Só que, ao contrário de outros anos, este Tour não oferece um início fácil.

A saída de Florença, com 206 quilómetros rumo a Rimini, tem logo terreno acidentado, com diversas contagens de montanha ao longo da tirada inaugural. Na segunda etapa, há dupla subida ao santuário de San Luca, em Bologna. Teremos o “Real Madrid” de Pogacar e Almeida testando Vingegaard desde o começo?

Por falar em percurso, 2024 contemplará passagem pelos Apeninos, em Itália, pelos Alpes — tanto do lado italiano como francês —, pelo Maciço Central e pelos Pirenéus. Há montanhas clássicas, como Isola 2000, Tourmalet, Peyresourde ou La Bonette, e duas grandes novidades: a aparição do sterato, com 33 quilómetros de setores de gravilha na etapa 14, aproximando o Tour de uma das novas modas do ciclismo, e o final que não será em Paris, devido à proximidade temporal com os Jogos, mas sim em Nice, com um contra-relógio final.

Roglic, Remco, Rui Costa e… Cavendish para a história?

Sem esquecer nomes como Carlos Rodríguez, Egan Bernal ou Jai Hindley, o ramalhete dos favoritos a terminar de amarelo completa-se com Primoz Roglic e Remco Evenepoel.

O esloveno da Bora saiu da Visma para tentar cumprir o sonho do Tour, juntando a corrida francesa às três Vueltas e ao Giro que ganhou. Parece mais magro que nunca, conta com uma equipa muito sólida e é uma garantia em três semanas.

Já o belga da Soudal Quick-Step debuta no Tour depois de vencer a Vuelta 2022. Estrela precoce, terá de dissipar as dúvidas que se colocam quanto ao seu nível na altíssima montanha para alcançar a bitola dos outros extraterrestres.

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Rui Costa, novo campeão nacional, tentará uma quarta vitória de etapa no Tour

Para Portugal, o ano da estreia de João Almeida será o da 12.ª participação de Rui Costa. Depois do 2023 de renascimento na Intermarché, culminando com uma vitóra numa etapa na Vuelta, o veterano de 37 anos — cumprirá 38 em outubro — assinou pela EF Education, mas uma queda grave na Volta ao Algarve, em fevereiro, deixou-o quatro meses de fora das corridas.

Ainda assim, a vitória nos recentes campeonatos nacionais deixou boas indicações para o poveiro. No Tour, Rui Costa tentará fazer o que Rui Costa melhor faz: farejar oportunidades, integrar fugas, ter instinto assassino e ganhar uma tirada. Se o fizer, chegaria aos quatro triunfos na Volta a França.

O outro veterano nacional no pelotão de elite, Nelson Oliveira fará o oitavo Tour da carreira, na 20.ª grande volta para os registos do especialista no contra-relógio. Deverá ser um homem de equipa na Movistar, mas expressou ambição de tentar intrometer-se na luta por uma etapa.

No Tour de France dos extraterrestres, no apogeu desta geração de craques que revolucionou as bicicletas, há um veterano ainda a lutar por um registo único. Mark Cavendish, o lendário sprinter, chegou em 2021 aos 34 triunfos em etapas, igualando o mítico recorde de Eddy Merckx. Desde então, o ciclista de 39 anos, agora ao serviço da Astana, não voltou a ser o mais rápido na maior das corridas. Ganhar uma tirada neste Tour dos super-heróis colocaria o homem da Ilha de Man num patamar sem igual na história do Tour.

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