Caso das Gémeas: Comissão de Inquérito quer ouvir seguradora brasileira que terá poupado milhões com o tratamento no SNS

Deputados votaram o pedido de informação à seguradora brasileira que segundo a TVI era também dona do Hospital dos Lusíadas, onde bebés chegaram a ter consulta marcada

Gémeas luso-brasileiras foram tratadas com um fármaco que custou €4 milhões ao SNS

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) vai pedir documentos à seguradora das gémeas luso-brasileiras tratadas com Zolgensma. O pedido foi aprovado esta sexta-feira pelos deputados, na sequência de uma reportagem da TVI divulgada esta quinta-feira.

Segundo o canal de televisão, a seguradora era também dona do Hospital dos Lusíadas, onde as crianças chegaram a ter consulta marcada em dezembro de 2019. Contudo, esta marcação foi cancelada no mesmo dia em que foi feita, sendo posteriormente agendada uma consulta com a mesma médica no Hospital Santa Maria. Diz a TVI que o tratamento das gémeas com Zolgensma no Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá permitido a esta empresa poupar milhões de euros.

Na sequência da reportagem, os deputados consideraram urgente ter acesso a mais documentação sobre o seguro das crianças. Caso não tenham acesso, os membros da CPI querem ouvir os responsáveis da seguradora brasileira à data dos factos.

No arranque da audição desta semana, em que está prevista a audição do advogado da família Wilson Bicalho, o PS pediu o adiamento dos primeiros pontos da reunião. Fica assim adiada a decisão sobre a audição na CPI de Augusto Santos Silva e Francisca Van Dunem, respetivamente ministros dos Negócios Estrangeiros e Justiça, à data dos factos. Os dois ex-governantes tutelavam o Consulado-Geral de Portugal em São Paulo e Instituto de Registos e Notoriado, entidades envolvidas no processo de obtenção da nacionalidade.

Contudo, os partidos aprovaram por unanimidade a suspensão dos trabalhos da CPI entre 26 de julho e 9 de setembro.