Mudança climática chegou ao Rali de Portugal
Não é inédito chover durante alguns troços do Rali de Portugal, nomeadamente nas serras de Fafe e da Cabreira, mas este ano a chuva veio antes da prova. O calor que se anuncia para esta semana secará, de facto, os pisos? A partir de sexta-feira, 10 de maio, às nove da manhã (hora da primeira passagem na Lousã) se tirarão as dúvidas
Primeiros reconhecimentos na zona norte, segunda-feira, ainda com o piso enlameado.
Depois de ter sido uma das provas fundadoras do Campeonato do Mundo de Ralis, em 1973, o WRC Vodafone Rally de Portugal continua a atrair duas coisas: os melhores pilotos da modalidade e uma multidão de entusiastas nacionais e estrangeiros.
A edição deste ano que se disputa entre quinta-feira, 9 de maio (super especial da Figueira da Foz) e domingo, dia 12 (última passagem em Fafe), é, para já, a que conta com a maior lista de inscritos do WRC (69 equipas), a qual inclui campeões do mundo como Sébastien Ogier e Kalle Rovanperä (Toyota) bem como os pilotos que disputam os lugares cimeiros do atual campeonato.
É o caso de Thierry Neuville da Hyundai que chega aqui com a primeira posição, seguido de Elfyn Evans (Toyota). Candidatos à vitória não faltam, ainda que com motivações diferentes: Sébastien Ogier, tem cinco vitórias em Poetugal e gostaria provavelmente de desempatar com Markku Alén que tem idêntico e histórico palmarés. Já Neuville e Tanak (Hyundai), bem como Elfyn Evans ou Rovanperä (Toyota) são crónicos candidatos a vencer.
No que respeita aos pilotos portugueses disputando o nacional de ralis (contará a pontuação obtida até ao final da nona classificativa, na sexta-feira), há que contar com o britânico Kris Meeke (Hyundai) que já venceu o rali de Portugal em Citroën, bem como Armindo Araújo (Skoda), Lucas Simões (Ford), Ricardo Teodósio (Hyundai), José Pedro Fontes (Citroën), Pedro Almeida (Skoda) ou Ernesto Cunha (Skoda).
Crónicas do fogo e da água
Se nos primeiros reconhecimentos desta semana ainda havia alguma lama, o piso deverá secar a partir de partir desta sexta-feira, devido ao previsível aumento das temperaturas. Uma situação que leva a organização da prova a alertar os espetadores para o risco de incêndio florestal. Serão 22 classificativas com muito público, sendo que o ano passado o número de espetadores foi estimado em um milhão de pessoas ao longo dos quatro dias de competição.
O autor destas linhas acompanhará por dentro o rali, com especial incidência nas duas passagens na Lousã, num local perto do final do troço onde haverá espetadores especiais, nomeadamente da velha guarda dos ralis que nos últimos anos aqui têm marcado presença com o apoio da Câmara Municipal da Lousã e o empenho de Pinto dos Santos que ainda há dois anos levou, junto com Pedro Matos Chaves, duas veneráveis Renault 4 ao Safari Clássicos no Quénia. Sábado de manhã conto andar pelo troço de Amarante e, à noite, espero percorrer ao volante o troço de Fafe, na véspera da passagem dos concorrentes, mas já com milhares de pessoas na famosa descida do Confurco.
Uma experiência que não é para todos os dias e que oportunamente vos relatarei.