Falta só combinar com Lula

Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!

Depois de uma semana muito ruim para o governo, o Executivo decidiu mostrar alguma unidade em defesa de uma política fiscal mais austera e da necessidade de conter gastos públicos. Lado a lado, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, pregaram celeridade no trabalho para revisão de despesas para que as propostas possam nortear a elaboração do Orçamento de 2025, a ser enviado ao Legislativo até o fim de agosto.

A operação conteve parte dos danos no mercado financeiro. Depois de superar a marca de R$ 5,40, o dólar caiu um pouco e os juros futuros recuaram, mas o Ibovespa ainda fechou em queda. Pudera. O anúncio conjunto de Haddad e Tebet, embora evidentemente positivo em um cenário de tantas incertezas, não passa de uma intenção que ainda precisa ser avalizada pelo presidente Lula da Silva, que já demonstrou inúmeras vezes não ter a intenção de colocá-la em prática.

Contra promessas, há fatos concretos e consequências palpáveis. A devolução, pelo Congresso, dos principais trechos da medida provisória (MP) que restringia os créditos de PIS/Cofins às empresas simbolizou o esgotamento da estratégia de recuperação de receitas e um duro golpe contra Haddad. Medida rara e só adotada em momentos de muita insatisfação do Legislativo, a devolução foi anunciada na terça pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Ao lado de Pacheco, sentado à mesa da presidência do Senado, o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), declarou que a solução encontrada pelo senador mineiro tinha o apoio de Lula da Silva e interrompia uma “tragédia sem fim” – como se a MP devolvida não tivesse a assinatura do presidente da República. Para piorar, no dia seguinte, Lula da Silva ignorou o contexto político e econômico mais adverso desde sua posse. Cada vez mais parecido com Dilma Rousseff, Lula insultou a inteligência alheia ao afirmar que o governo está “arrumando a casa” e colocando as contas em ordem.

“O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, afirmou, sem cogitar qualquer medida de corte de gastos e como se tivesse algum poder sobre as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Feito o estrago, que não foi pequeno, só então Lula da Silva abandonou o morde para adotar o assopra. Na quinta, disse que Haddad era um ministro “extraordinário” e que, com a edição da MP do PIS/Cofins, havia tentado ajudar a encontrar uma solução para compensar a renúncia associada à desoneração da folha de pagamento de 17 setores e dos municípios – uma responsabilidade que, agora, passa às mãos dos empresários e dos senadores, segundo Lula da Silva.

Fortalecer o ministro dependerá de atos, e não somente de palavras. De um lado, todas as propostas apresentadas por Tebet até agora foram rejeitadas pelas principais lideranças do PT e do governo. Por outro, o Congresso deu um sonoro basta às medidas de Haddad para aumentar a arrecadação.

Cumprir a meta fiscal passa a ser ainda mais desafiador, e é Lula da Silva quem precisa ser convencido da relevância desse objetivo para o futuro de seu próprio governo. Não se trata de um capricho de economistas, mas de uma necessidade para conter o avanço das despesas obrigatórias e a compressão do espaço dos investimentos no Orçamento.

Depois do tiroteio, o mercado também fez sua parte e manifestou apoio público ao ministro. Na quinta, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que Haddad era o “fiador da economia” e que era hora de estender a mão ao ministro. “A agenda econômica vem perdendo tração e o fiscal não pode mais derreter.”

Na sexta, após uma reunião de mais de duas horas com Haddad, os bancos privados reafirmaram ter confiança no ministro e pediram “apoio firme” do governo, do Congresso e do empresariado à sua figura. É sintomático que tenha cabido à Febraban o papel de pedir ao setor produtivo e ao Legislativo que dê trégua a Haddad, e a Lula que dê suporte a seu próprio ministro. Em outras palavras, ruim com Haddad, pior sem ele.

OTHER NEWS

45 minutes ago

Tailândia, primeiro país do sudeste asiático a legalizar o casamento homoafetivo

45 minutes ago

Duas cidades de MG são as mais frias do país nesta sexta

51 minutes ago

Futuro de Renato no Grêmio começa a 'complicar': "Muitos erros, tem que acordar!"

51 minutes ago

Chuvas intensas na América Central deixam 13 mortos

51 minutes ago

Como fazer umas panquecas de banana proteicas e deliciosas

51 minutes ago

Honda EM1 e: – Perfeita para curtas deslocações pela cidade

56 minutes ago

Capes abre 80 mil bolsas em cursos de licenciatura

60 minutes ago

Vinho branco de dois mil anos é descoberto em Carmona

60 minutes ago

Gabigol, do Flamengo, é procurado de última hora para fechar pré-contrato com campeão brasileiro

60 minutes ago

Nutricionista oncológica revela 8 alimentos que não devem ser consumidos se você quiser diminuir o risco de ter câncer

1 hour ago

O enigmático significado das gravações gigantescas em pedras que intrigam arqueólogos

1 hour ago

Portugal vai ser o sétimo país da NATO que menos vai investir em defesa

1 hour ago

Campos Neto tem lado politico e trabalha para prejudicar o país, diz Lula

1 hour ago

Analistas de mercado preveem suspensão no corte da taxa Selic

1 hour ago

House of the Dragons | Os Dragões da Max revelados ao pormenor

1 hour ago

PL, PT e União Brasil ficarão com mais de 40% do fundão eleitoral de R$ 5 bi

1 hour ago

Ataque ucraniano com drone incendeia depósito de petróleo na Rússia

1 hour ago

Petrobras anuncia que terá um impacto de R$ 11,9 bilhões no lucro líquido do segundo trimestre

1 hour ago

Messi revela o adversário que mais o "enojou": "Lutámos bastante"

1 hour ago

Chega diz que Governo quer avançar com confisco de bens mas esperava “pacote anticorrupção mais robusto”

1 hour ago

PR promulga o decreto que autoriza o Governo a isentar jovens de IMT e Imposto de Selo

1 hour ago

Em má fase, Cano iguala marca negativa pelo Fluminense

1 hour ago

Vendas nas principais feiras agro do país batem recorde e atingem R$ 48 bi em 2024

1 hour ago

Campeão da Libertadores não joga mais no Flamengo e Marcos Braz busca liberá-lo para outro clube

1 hour ago

Tricolor do Brasileirão quer aplicar 'chapéu' no Vasco e contratar Philippe Coutinho

1 hour ago

O que acontece quando se para de tomar Ozempic, segundo estudos

1 hour ago

MP do Rio quer mudanças na ADPF das favelas

1 hour ago

Aborto legal: falhas na rede de apoio penalizam meninas e mulheres

1 hour ago

Quatro ativistas da oposição são detidos na Venezuela, diz candidato

1 hour ago

Miguel Oliveira de volta ao automobilismo no Estoril

1 hour ago

Afinal, Portugal joga com a Chéquia ou com a República Checa? O que mudou e porquê?

1 hour ago

Madeira: Miguel Albuquerque rejeita ser substituído e diz-se preparado para eleições

1 hour ago

Lionel Messi revela qual foi o pior adversário que já enfrentou

2 hrs ago

Possibilidades caseiras do Vasco, JP e Victor Luís surpreendem positivamente e dão opções a Álvaro Pacheco

2 hrs ago

Rock in Rio Lisboa: queixas subiram quase 100% em relação a 2022

2 hrs ago

Fluminense ainda não venceu nenhum segundo tempo no Brasileirão

2 hrs ago

Corinthians: Técnico não confirma Matheus Donelli como substituto de Carlos Miguel

2 hrs ago

Catarina Ribeiro partilha fotografia sensual em biquíni e faz reflexão: «Aceitem as vossas características, valorizem as imperfeições»

2 hrs ago

Baldur's Gate III suporte mod provavelmente será a última grande atualização

2 hrs ago

Durante 20 anos recebeu salário sem trabalhar. Agora, processou empresa