“Em Espanha, os comentadores chamavam-me Beckenbauer. Não era algo que eu quisesse. Ele é uma lenda do futebol, eu sou um simples jogador”
Dinis Almeida, 28 anos, confessa não ter grande memória da infância, mas recorda-se de ter usado umas luvas e jogar como guarda-redes no jardim de casa até ao dia em que se fartou e disse que queria jogar mais à frente. Tornou-se defesa central, num percurso que começou no Marinhas, passou ao Varzim e ao GD Joane, antes de ser comprado pelo AS Monaco e emprestado, logo de seguida, ao CF Reus, de Espanha. Ainda voltou a Portugal para estrear pelo Belenenses, na I Liga, e pelo SC Braga B, mas o seu futuro voltou a passar pelo estrangeiro, até hoje
“Em Espanha, os comentadores chamavam-me Beckenbauer. Não era algo que eu quisesse. Ele é uma lenda do futebol, eu sou um simples jogador”
Nasceu em Esposende. É filho de quem?
O meu pai era advogado, faleceu no ano passado. Suicidou-se. Nos últimos anos já não tinha relação com ele. Há uns anos, devido a problemas entre nós, cortámos relações. É sempre complicado perder um pai, mesmo não tendo uma relação próxima, porque no nosso subconsciente sabemos que está lá. Mas para mim foi mais complicado tomar a decisão de cortar relações do que saber da notícia de que faleceu, porque cortar relações é uma decisão nossa, o resto já não está no nosso controle.
E a sua mãe?
Eles estavam separados há uns anos. A minha mãe trabalhava com crianças, num ATL.
Tem irmãos?
Tenho um irmão mais novo quatro anos.
Cresceu onde?
Numa aldeia chamada Belinho, que faz parte do Concelho de Esposende. Parte da família do meu pai era dessa aldeia e parte da família da minha mãe era de Esposende e nós andávamos ali entre Esposende e Belinho.
Qual a primeira memória de infância que tem?
Tenho de puxar muito pela cabeça… Não sei porquê, custa-me lembrar de certas coisas, o meu irmão tem muito mais facilidade nesse aspeto. Ele às vezes conta uma coisa e depois é que vejo, epá, era mesmo isso, agora que falaste nisso... [risos] Mas, lembro-me que tive uma infância feliz. As memórias de infância rodam muito à volta de amigos próximos e primos a jogar futebol dentro de casa, no jardim, na rua. Recordo-me dos verões em que íamos ajudar os nossos avós a trabalhar no campo, porque sou de família de agricultores, com muito orgulho. Da minha mãe eram mais pessoas da cidade, tenho um bocado os dois mundos.
Foi uma criança tranquila ou era muito traquina?
Fui pai há nove meses e tenho falado com a minha mãe sobre isso, ela diz-me que eu era relativamente tranquilo, nunca dei muitos problemas. O meu irmão deu mais dores de cabeça. Eu era uma criança que brincava com os brinquedos e depois punha tudo no sítio e não estragava. Em contrapartida, o meu irmão partia tudo.
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