Debate instável de Biden faz aliados estrangeiros se prepararem para retorno de Trump

debate instável de biden faz aliados estrangeiros se prepararem para retorno de trump

Bandeiras dos EUA e da Otan em Bruxelas 14/4/2021 Kenzo Tribouillard/Pool via REUTERS

Por David Dolan e Heekyong Yang

TÓQUIO/SEUL (Reuters) - Embora o primeiro debate presidencial dos Estados Unidos na corrida de 2024 tenha se concentrado pouco na política externa, um desempenho instável do presidente norte-americano, Joe Biden, fará com que os aliados dos EUA se preparem para o retorno de Donald Trump, dizem analistas.

Os apoiadores de Biden esperavam que o debate apagasse as preocupações de que ele seria velho demais para outro mandato, mas vários parlamentares, analistas e investidores disseram que o evento deu um impulso a Trump.

"Trump não venceu, mas Biden pode ter implodido", afirmou Kunihiko Miyake, ex-diplomata japonês e agora diretor de pesquisa do Canon Institute for Global Studies, um think tank.

"Diferentemente de oito anos atrás, estamos muito mais preparados, assim como outros aliados europeus e asiáticos. Ainda assim, Trump é imprevisível."

Para o Japão e a Coreia do Sul, que estão entre os aliados mais próximos dos EUA na Ásia, as relações com o governo de Trump foram, às vezes, prejudicadas por suas exigências de mais pagamentos para assistência militar, bem como por tensões comerciais.

"A maior dúvida para o Japão seria se Trump realmente valorizará e manterá a aliança de segurança", afirmou Takashi Kawakami, professor da Universidade Takushoku do Japão, em Tóquio.

Peter Lee, pesquisador do Asan Institute for Policy Studies, em Seul, disse que o debate colocou em "evidência muito maior" a possibilidade de um segundo governo Trump. Lee afirmou esperar que Trump seja "muito duro" em pressionar os aliados a aumentar seus gastos com defesa.

Trump também iniciou uma guerra tarifária com a China, a segunda maior economia do mundo, e cogitou tarifas de 60% ou mais sobre todos os produtos chineses caso vença a eleição de 5 de novembro.

As empresas estrangeiras que dependem dos mercados dos EUA, como as montadoras de automóveis, também estariam cautelosas com a possibilidade maior de retorno de Trump, dada a "miríade" de políticas relacionadas a tarifas que ele impôs durante seu mandato anterior, disse Lee Jae-il, analista da Eugene Investment & Securities.

"Trump, como um maníaco por guerras comerciais, pode não apenas visar a China, mas também impor tarifas contra outros países sob o conceito do excepcionalismo americano", acrescentou Stephen Lee, economista-chefe da Meritz Securities em Seul.

GUERRA NA UCRÂNIA

Na Europa, as críticas de Trump à Organização do Tratado do Atlântico Norte e as exigências de que outros membros paguem mais dominaram seu governo anterior. Seu ceticismo em relação à Otan está causando mais ansiedade desta vez, pois a guerra russa na Ucrânia trouxe o conflito para a porta do bloco.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, já havia se animado com as perspectivas de reeleição de Biden. Mas na sexta-feira, uma autoridade sênior da defesa na coalizão governista lamentou o desempenho de Biden e pediu aos democratas que encontrassem outro candidato.

"O fato de um homem como Trump poder se tornar presidente novamente porque os democratas são incapazes de apresentar um candidato forte contra ele seria uma tragédia histórica que o mundo inteiro sentiria", disse Marie-Agnes Strack-Zimmermann, do partido liberal FDP, ao jornal Rheinische Post.

Um porta-voz de Scholz não comentou sobre os detalhes do debate, mas enfatizou que o chanceler valorizava muito Biden e que Scholz nunca havia conversado com Trump, pois seus mandatos não coincidiam.

Durante o debate, Trump acusou Biden de não enfrentar a China em relação ao comércio. Ele também disse que Xi Jinping, da China, Kim Jong Un, da Coreia do Norte, e Vladimir Putin, da Rússia, "não respeitam" Biden e que ele estava levando o país "à Terceira Guerra Mundial".

Biden retrucou dizendo que as propostas tarifárias de Trump resultariam em custos mais altos para os consumidores americanos e que ele "se aconchega" com pessoas como Kim e Putin.

Putin disse que não fazia muita diferença para a Rússia quem estava na Casa Branca e, na sexta-feira, o Kremlin se recusou a comentar sobre o que afirmou ser um assunto interno dos EUA.

De qualquer forma, os aliados dos EUA, incluindo o Japão e a Alemanha, começaram a preparar o terreno para um possível retorno de Trump nos últimos meses.

"A possibilidade de um retorno de Trump pode ter aumentado. As altas tarifas e o apoio à Ucrânia também trarão grandes mudanças", disse Kazuhiro Maeshima, da Universidade Sophia, em Tóquio.

(Reportagem adicional de Tim Kelly em Tóquio, Hyunsu Yim e Jihoon Lee em Seul e Lewis Jackson em Sydney, Friederike Heine em Berlim)

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