Excesso de poupança dos americanos some e economia sente impacto

(Bloomberg) -- A poupança da era da pandemia que ajudou os americanos a enfrentar a alta de preços dos últimos anos se foi, e o impacto da perda de poder de compra do consumidor se alastra pela economia.

A inadimplência aumentou, os executivos do setor de varejo alertaram para consumidores mais cautelosos e as vendas no varejo quase não aumentaram em maio, depois de terem caído no mês anterior. Os economistas preveem gastos do consumidor ajustados pela inflação sólidos nos dados que serão divulgados na sexta-feira, ajudados por preços mais baixos da gasolina, mas os números virão na esteira de uma queda em abril.

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A resiliência dos consumidores americanos — e sua vontade de gastar apesar da alta de preços e juros altos — tem sido um pilar da força inabalável da economia dos EUA nos últimos anos. Um mercado de trabalho saudável desempenhou um papel fundamental, mas também os cerca de US$ 2 trilhões de excedente de poupança que os americanos acumularam durante a pandemia.

Esse excedente já estava totalmente esgotado em março, segundo a regional do Federal Reserve em San Francisco, aumentando as preocupações sobre a durabilidade dos gastos dos consumidores.

“Aquele colchão a que as famílias conseguiram recorrer logo após a pandemia já não está mais disponível”, disse Stephen Stanley, economista-chefe para EUA do Santander US Capital Markets. “Com isso, sua sorte está basicamente vinculada à renda atual, que é inevitavelmente uma função do mercado de trabalho.”

As empresas americanas criaram 272.000 postos de trabalho em maio, superando todas as previsões dos economistas, e as demissões estão baixas. Mas o ritmo de contratações esfriou e a taxa de desemprego começou a subir.

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“A retração no consumo faz parte do plano do Fed”, disse Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board. “Mas é difícil calibrar isso e há preocupações de que talvez os gastos do consumidor diminuam demais.”

A dívida das famílias americanas atingiu um recorde e mais americanos estão atrasando os pagamentos de cartão de crédito, de acordo com dados do Fed de Nova York. Um terço das famílias em uma enquete recente do Census Bureau relatou que foi um pouco ou muito difícil pagar as despesas habituais da casa na semana anterior, e que a capacidade de poupar caiu.

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Alguns varejistas também alertam sobre mudanças no comportamento do consumidor. A diretora de crescimento da Target, Christina Hennington, disse que os níveis de endividamento do consumidor estão entre os motivos pelos quais a empresa têm uma perspectiva cautelosa de crescimento no curto prazo. Enquanto isso, o diretor financeiro do Walmart, John David Rainey, disse que os compradores estão gastando mais com necessidades básicas e menos em mercadorias em geral.

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