VW e Rivian: tropeços da alemã custarão US$ 5 bilhões

A Volkswagen (VW) fechou parceria com a Rivian, marca de carros elétricos norte-americana que surgiu quase que junto à Tesla, mas que ainda não decolou. Os alemães da VW anunciaram um aporte de US$ 5 bilhões para que a empresa californiana desenvolva plataformas e softwares para os futuros elétricos.

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A reação dos acionistas da Volkswagen foi imediata e os papéis da marca alemã despencaram 2,5% na manhã desta quarta-feira (26). E o motivo não se deve ao fato de o mercado ser contra o carro elétrico, mas ao excesso de manobras frustradas da VW no segmento de veículos movidos a bateria.

vw e rivian: tropeços da alemã custarão us$ 5 bilhões

A norte-americana Rivian é a nova tábua da salvação da VW no mercado de carros elétricos (Foto: Rivian | Divulgação)

Em abril, a marca já tinha anunciado parceria com a chinesa XPeng para o desenvolvimento de uma plataforma para elétricos de baixo custo. Mas o problema é que nenhuma das medidas resolverá a sangria de vendas da VW a curto prazo.

Expectativa e realidade no varejo de elétricos

Mas as vendas da Volks vão mal? Dependendo do ângulo, não é tão ruim como se mostra. No ano passado, o Grupo VW entregou cerca de 770 mil veículos de todas as suas marcas, incluindo Audi, Porsche, Skoda e até mesmo o segmento de pesados com Man e Scania.

vw e rivian: tropeços da alemã custarão us$ 5 bilhões

Estimativas elaboradas em 2022 foram otimistas demais para a VW (Arte: Ernani Abrahão | AutoPapo)

No entanto, está bem aquém das previsões. Em 2022, a expectativa era entregar 1,5 milhão de carros no ano 2023, segundo a Bloomberg. Ou seja, ela fechou o ano com 50% da performance almejada.

Um desempenho bem diferente daquele estimado para a Tesla. Na mesma pesquisa da Bloomberg, era esperado que a empresa de Elon Musk vendesse 2 milhões de carros. No final de 2023 ela tinha acumulado 1,88 milhão de entregas.

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A Tesla fechou 2023 com mais de 1,8 milhão de veículos entregues (Foto: Shutterstock)

E se não bastasse, os analistas subestimaram o desempenho da BYD. No mesmo relatório da Bloomberg, lá de 2022, era estimado que a marca chinesa terminasse o ano com 1 milhão de unidades entregues. No entanto, eles fecharam o período com 1,8 milhão.

Ou seja, enquanto o Grupo VW fez a metade do esperado, a BYD vendeu quase o dobro do previsto. As vendas foram tão aquém do que se previa, que a Volks reduziu o ritmo de produção na moderna fábrica alemã de Emden e posteriormente suspendeu a manufatura por completo durante duas semanas no mês de outubro. Ela também paralisou operações na planta de Dresden, por uma quinzena.

Preço e qualidade

E qual a razão? Na verdade, há mais de um motivo nesta história. Mas podemos listar fatores como preço elevado e a tecnologia ultrapassada da linha ID. da Volkswagen. Para se ter uma ideia, no Reino Unido um ID.3 parte de 35 mil libras, enquanto um BYD Dolphin tem preço inicial em 30 mil libras. Claro que há uma disparidade do custo de produção dos carros elétricos da Volks, na Europa, e dos BYD, na China, que chega a ser de 40%. Mas na hora de bater o martelo, o preço melhor fala mais alto.

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O Dolphin é cerca de 20% mais barato que o VW ID.3, no Reino Unido (Foto: BYD | Divulgação)

Mas um dos fatores para que a VW tenha ficado para trás na corrida dos elétricos é que ela perdeu tempo no seu desenvolvimento. A Volkswagen iniciou seu projeto de elétricos na década passada e apresentou o primeiro conceito montado sobre a plataforma MEB (Modular Electric Building Block) em 2016.

O ID.3 inaugurou a família de elétricos em 2019, que foi seguida por modelos como ID.4, ID.5, assim como ID.6, ID.7 e a van ID.Buzz. Mas o problema é que a tecnologia foi rapidamente superada por seus concorrentes, o que impactou diretamente nas vendas da VW.

Um alto executivo da Volkswagen confirmou a inferioridade dos elétricos da Volks. “Quando o cliente entra em um elétrico nosso e depois em um chinês, ele logo percebe que nosso carro é ultrapassado”, afirmou.

Sucessão de tropeços da VW

Para produzir carros elétricos, não basta colocar um motor e uma bateria debaixo da carroceria. Muito mais que o esforço de engenharia, há também uma demanda gigantesca por desenvolvimento em software.

Em 2020 a Volks criou a Cariad, uma divisão para desenvolvimento de tecnologia para carros elétricos. A empresa deveria focar em softwares de automação, assim como inteligência artificial.

Mas fato é que a divisão se tornou um fracasso, com prejuízo de 400 milhões de euros em 2022, além de não ser capaz de concorrer com as tecnologias de rivais como Tesla e fabricantes chineses. O desempenho pífio fez com que o CEO da VW Group, Oliver Blume iniciasse uma operação pente-fino na empresa para identificar as falhas.

E para piorar, a evolução da plataforma de elétricos, a MEB Plus só deverá ficar pronta em 2026, para chegar ao patamar atual de seus concorrentes. No entanto, com a entrada da Rivian e da XPeng fica a dúvida do que será feito com o que foi investido até agora nesta plataforma pela VW.

Casamento entre VW e Rivian

Especialistas de mercados avaliam como o casamento entre VW e Rivian se dará. Em entrevista à Reuters, o analista Philippe Houchois, analista do banco de investimento Jefferies Group, acredita que a Cariad será extinta e acredita que a gestão de Blume fez o certo. “A velha VW teria continuado investindo dinheiro no problema”, comenta.

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ID.3 foi o precursor da linha de elétricos da VW e parceria com a Rivian promote trazer melhor tecnologia e preço para brigar com chineses (Foto: VW | Divulgação)

Por outro lado, há desafios de gestão entre a empresa californiana e a alemã, que têm filosofias diferentes. “Vamos como será combinar a abordagem de software ágil, verticalmente integrada e flexível da Rivian com a abordagem mais tradicional da Volkswagen de trabalhar com vários fornecedores e gerenciamento intermediário. É como enfiar uma estaca quadrada em um buraco redondo”, comentou o consultor EV Outlook, Roger Atkins, à agência de notícias.

Tudo isso deixou o mercado financeiro com a pulga atrás da orelha. Afinal, a VW está disparando para todos os lados. O problema é que cada tiro custa alguns bilhões de dólares. E se não bastasse, há milhares de consumidores vendo seus caros Volks elétricos se dissolverem na obsolescência da indústria.

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