Sul Global rejeita comunicado da conferência sobre paz na Ucrânia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Como parecia claro desde o começo, terminou sem consenso a conferência sobre a paz na Ucrânia promovida no fim de semana na Suíça. Países mais representativos do chamado Sul Global boicotaram o texto do comunicado final da cúpula divulgado neste domingo (16).

Os suíços já haviam falhado em atrair 70 dos 160 países convidados, e o Brasil aceitou participar apenas como observador do encontro.

Rejeitaram o texto final Índia, Arábia Saudita, México, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Armênia, Barhein, Colômbia, Indonésia, Jordânia e Líbia, todos integrantes do escaninho do Sul Global, termo impreciso que busca agrupar países que tentam evitar a polarização vigente entre Estados Unidos e China.

O maior peso relativo na discussão foi o da Índia, convencida pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a participar na última hora. A China, outro ator essencial, não aceitou participar de uma reunião que excluísse a Rússia, sua aliada.

Ao fim, com a exceção da russófilas Hungria e Sérvia, o comunicado reuniu quem usualmente apoia a Ucrânia contra a invasão promovida por Vladimir Putin em 2022. Os termos adotados também foram diluídos, ainda que francamente favoráveis a Kiev.

O texto identifica a Rússia como agressora, reconhece o sofrimento da guerra e defende a integridade territorial da Ucrânia, listando então três prioridades para diálogo futuro.

Na área nuclear, considerar inadmissível o uso de armas atômicas no conflito e passar à ONU o controle da central de Zaporíjia, ocupada pelos russos. Sobre segurança alimentar, garantir a exportação de grãos ucranianos pelo mar Negro.

E no quesito humanitário, mais contencioso, pediu não só a troca de prisioneiros, mas o retorno de adultos e crianças deportados de áreas ocupadas --uma acusação que rendeu ordem de prisão pelo Tribunal Penal Internacional a Putin.

Ao fim, o texto de 11 parágrafos acena ao russo. "Nós acreditamos que alcançar a paz requer o envolvimento e o diálogo entre todas as partes. Assim, decidimos tomar passos concretos no futuro nas áreas acima mencionadas com maior engajamento com os representantes de todas as partes".

Segundo diplomatas, a Arábia Saudita se prontificou a sediar uma próxima reunião, mas tem insistido no convite a autoridades russas --Riad e Moscou alimentam boa relação, baseada em atuação conjunta no mercado de petróleo.

O tom geral, contudo, ficou aquém daquele que negociadores ucranianos desejavam. Zelenski não escondeu muito a decepção com a economia de seu comentário ao fim, preferindo celebrar o apoio que a conferência teve de 78 de seus participantes --2 das 6 organizações supraestatais também presentes assinaram o comunicado.

Após dizer que este é o primeiro passo para a paz, afirmou: "Eu espero que nós possamos alcançar resultados o mais rapidamente possível. Vamos provar a todos no mundo que a Carta da ONU pode ser restaurada".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyden, foi na mesma linha. "Não foi uma negociação de paz porque Putin não é sério sobre acabar a guerra. Ele insiste na capitulação, na cessão de território ucraniano, mesmo aquele que hoje ele não ocupa", disse.

Ela se referia aos termos ditados pelo presidente na sexta (14), véspera da conferência. Putin afirmou que acabaria o conflito se Kiev adotasse neutralidade, se desarmasse e abrisse mão da quatro regiões que o Kremlin anexou ilegalmente em 2022.

Ao fim, a reunião serviu para consolidar posições de apoio à Ucrânia já conhecidas, restando saber se sua pretensão de levar o processo adiante envolvendo os russos tem alguma chance de prosperar.

China e Brasil, por exemplo, defendem uma reunião separada com as partes, talvez no âmbito do Conselho de Segurança da ONU. Zelenski criticou Pequim na Suíça, dizendo que preferia ouvir suas propostas ao vivo, não pela mídia. Em termos regionais, na América do Sul apoiaram o texto da conferência Argentina, Chile, Uruguai, Equador e Peru.

Neste domingo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a Rússia não rejeita conversas, mas quer tê-las dentro de um arcabouço de garantias sobre sua execução. Por ora, a Ucrânia rejeita falar com os rivais --Zelenski até editou um decreto proibindo isso enquanto Putin, no poder desde 1999, estiver no cargo.

O chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, tentou adotar um tom intermediário. "Claro que entendemos perfeitamente que uma hora chegará em que será necessário falar com a Rússia. Mas nossa posição é bem clara: não vamos deixar a Rússia falar na linguagem dos ultimatos, como tem feito agora", disse.

Sem grande avanço diplomático, a guerra segue seu rumo na Ucrânia. As Forças Armadas russas disseram ter capturado uma cidade na região de Zaporíjia (sul), e houve bombardeios em diversas partes do país.

OTHER NEWS

2 hrs ago

Flaco López exalta atleta do Palmeiras: “Jogar com um craque é muito especial”

2 hrs ago

Vasco é acionado na justiça pelo Athletico Paranaense por causa de Hugo Moura

2 hrs ago

Marcos Mion é lutador de MMA em novo filme; veja o trailer

2 hrs ago

Bombeiro da Eliana fala de desemprego após fim do programa no SBT

2 hrs ago

Simone Spoladore volta à Globo após cinco anos e fará participação em 'Mania de Você'

2 hrs ago

AOC lança dupla de monitores curvos Full HD de 27″ para gaming, por menos de 250 euros

2 hrs ago

Governo francês prevê distúrbios causados por “islamismo radical” em dias de eleições

2 hrs ago

Campeão do mundo com a Espanha 'crava' eliminação da Seleção Brasileira na Copa América

2 hrs ago

Moïse Kabagambe recebe medalha póstuma no Rio de Janeiro

2 hrs ago

Adeus de Eliana expõe grande deslize cometido pelo SBT

3 hrs ago

Corinthians retoma conversas para anunciar um dos principais treinadores do futebol brasileiro

3 hrs ago

Autoridades russas punem críticos do governo e negam-lhes contacto com família

3 hrs ago

Decisão do STF pode elevar repressão a usuário de droga, diz advogada

3 hrs ago

Cuca e Sampaoli são cogitados para assumir o Vasco: "Probabilidade menor"

3 hrs ago

Hugh Grant aterroriza jovens cristãs no trailer de “Herege”

3 hrs ago

Santos para na trave, empata com Mirassol e segue fora do G4 da Série B

3 hrs ago

Vale precifica US$1 bi em emissão de dívida com prazo de 30 anos

3 hrs ago

Zema não descarta concorrer a vice em 2026 e diz que ficaria frustrado com cargo no Legislativo

3 hrs ago

Airbus lidera quedas no setor aeroespacial e mercado europeu recua

3 hrs ago

Band anuncia volta de Faustão em novo canal

3 hrs ago

A decisão errada da Globo que ajudou a afundar Renascer

3 hrs ago

Longe da TV, Stepan Nercessian pede ajuda para trabalhar

3 hrs ago

"Bridgerton": autora dos livros comenta mudança na série e pede "um pouco de fé"

3 hrs ago

Pedrosa nega tentativa de Allan de romper com o Botafogo: “Nunca quis se indispor”

3 hrs ago

Chefe do Pentágono conversa com ministro da Defesa da Rússia

3 hrs ago

Corinthians: Cassundé diz que conheceu Vai de Bet pelo ChatGPT e não cobrou como intermediário

3 hrs ago

Alô, Palmeiras! Presidente do Fluminense sonha em contratar Abel Ferreira: "Treinador que pude avaliar"

3 hrs ago

Para onde foram todos os IPOs chineses?

3 hrs ago

Bandeirinha passa mal e desmaia no campo durante jogo da Copa América

3 hrs ago

Justiça condena Luiz Bacci por divulgar suposta pesquisa que beneficiaria pré-candidata do PL

3 hrs ago

Treinador português confirmado como adjunto do Tottenham

3 hrs ago

Bayern de Munique quer contratar estrela do Corinthians

3 hrs ago

Barcelona: Estrela do Bayern pede salário de R$ 7 milhões por mês para jogar no clube

3 hrs ago

Bajaj inaugura fábrica no Brasil e firma sua posição no mercado

3 hrs ago

???? Os vegetais são inteligentes? Esta planta leva a crer que sim!

3 hrs ago

Paraíso fluminense: um roteiro para visitar Búzios na melhor época do ano

3 hrs ago

Canyon lança linha de roupa lifestyle CLLCTV [com vídeo]

3 hrs ago

Atlético-GO x Grêmio: veja prováveis escalações e onde assistir ao duelo pelo Brasileirão

3 hrs ago

Youtuber dos EUA grava operação em viatura da PM de SP; caso gera investigação

3 hrs ago

Delegado da PF brasileira vence eleição para secretário-geral da Interpol