Arroios acaba com esplanadas em estacionamentos. Decisão causa polémica

Medida vai afetar 38 espaços de restauração. Nas redes sociais são muitas as pessoas que se mostram revoltadas com a decisão da Junta de Freguesia de Arroios, mas há também quem a defenda. As esplanadas em questão tinham sido criadas a título temporário, durante a pandemia.

A Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, decidiu colocar um ponto final nas esplanadas instaladas em lugares de estacionamento durante a pandemia da Covid-19 e devolver cada um dos espaços aos carros.

A medida, que está a provocar muita controvérsia nas redes sociais, vai afetar 38 espaços de restauração. Alguns vão perder mais de metade da sua capacidade e não sabem se vão sobreviver.

Na sua página de Facebook, a Junta de Freguesia de Arroios recorda que a instalação de esplanadas nos lugares de estacionamento foi uma decisão tomada durante a pandemia, "para tentar mitigar os impactos financeiros negativos que se abateram sobre muitas atividades económicas, nomeadamente no setor do turismo e da restauração".

Desta fora, as esplanadas em questão foram autorizadas pela junta "de forma temporária e gratuita" durante esses anos e continuaram durante algum tempo devido ao facto de "o impacto económico provocado pela pandemia ainda se fazer sentir".

No entanto, a partir de 2023, a autarquia começou a receber "diversos contactos e mensagens de moradores com queixas relacionadas com o ruído provocado pelas novas esplanadas, incluindo muitas vezes já depois da sua hora de encerramento, com o aglomerado de pessoas que ali permaneciam até de madrugada".

No final de 2023, os espaços foram assim avisados foram notificados para a remoção das esplanadas. "Alguns estabelecimentos cumpriram a resolução da Junta de Freguesia, mas outros mantiveram os espaços abertos e a funcionar", o que levou, segundo a autarquia, ao "avolumar de queixas".

Perante isso, a presidente da Junta de Freguesia, Madalena Natividade, decidiu "requerer que as esplanadas sejam removidas o mais rapidamente possível, tal como já foram noutras freguesias de Lisboa", sob pena de o mobiliário urbano ser removido e apreendido.

Apesar de algumas pessoas se mostrarem a favor desta medida, partilhando vídeos onde mostra o ruído que estas esplanadas faziam para os moradores da freguesia, muitos internautas mostraram-se revoltados com a decisão da junta de Arroios, entre os quais estão algumas caras conhecidas como Diogo Faro e o ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba.

"Se há coisa que Arroios tem é vida. É um gosto passear ao entardecer e à noite e ver o que existe de cafés, bares, mercearias, espaços com gente, todo o tipo de gente. Regredir nisso é simplesmente estúpido. É não perceber que Arroios tem hoje o que muitos bairros gostariam de ter", escreveu na rede social X, o antigo governante.

Para as 21h desta quinta-feira, 27 de junho, está marcada uma Assembleia de Freguesia de Arroios no Lisboa Ginásio Clube, onde será discutido o tema. Joana Teixeira do Bloco de Esquerda (BE) de Arroios será uma das presentes, para "defender uma cidade para as pessoas", como revelou o vereador bloquista Ricardo Moreira que, entretanto, confrontou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas com a decisão da Junta de Freguesia de Arroios.

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