Presidente da Alerj tem ascensão meteórica, faz sombra a Castro e antecipa disputa com Paes

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Ao pegar o microfone para discursar na posse como chefe do União Brasil no Rio de Janeiro, em março, o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar, 44, olhou para trás e disse estar “até inseguro sobre o que falar”.

“Só tem cara pesado aqui”, disse, se referindo ao governador Ronaldo Caiado (GO), aos ministros Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações), e outros caciques da sigla.

A presença de lideranças nacionais ao evento selou a ascensão do deputado estadual, eleito para o primeiro mandato em 2018. Seis anos depois, ele é visto como a maior sombra sobre o governador Cláudio Castro (PL) e potencial adversário do prefeito Eduardo Paes (PSD) para disputar o Palácio Guanabara em 2026.

“Minha vida pública foi muito meteórica. […] Uma coisa que aprendi com meu pai é ter palavra, ter lado. Cumprir o que combina. Essa receita tem dado certo”, disse no evento.

Natural de Campos, onde trava uma disputa feroz com o ex-governador Anthony Garotinho (Republicanos), Bacellar é filho do sindicalista Marcos Bacellar, ex-presidente da Câmara da cidade. Ele conta ter tomado gosto da política ao acompanhar o pai em assembleias.

“A política sindical era tão viva quanto a política partidária. Mas ela é um pouco mais franca. Você sabe quem são seus opositores, cai na porrada ali, no bom sentido da palavra, mas todo mundo se respeita”, disse ele à Folha na sexta-feira (26).

Ele diz ter carregado essa franqueza para sua forma de fazer política, buscando justificar a fama de brigão e truculento.

Bacellar é apontado como a voz mais influente sobre Castro –para alguns, com um poder de decisão maior do que o próprio governador. A ele é atribuída a queda e nomeação de secretários, bem como a recente crise entre o chefe do Executivo e seu vice, Thiago Pampolha (MDB).

O presidente da Alerj diz não ser o responsável por todas as nomeações que lhe são atribuídas. Afirma ser apenas um dos integrantes do núcleo duro do governador, formado também por Rodrigo Abel (chefe de gabinete) e Nicola Miccione (Casa Civil). Reconhece, contudo, sua força nas discussões.

“Por ter mandato, dá até mais conforto na minha palavra, tem mais peso. Apesar de ter esse estilo, falo para o bem dele. Cláudio é o irmão pacato e eu, o que entra na frente e dá porrada para ele. Então, acaba dando essa fama de achar que mando por conta disso”, disse ele.

Apesar da força política, Bacellar afirma que mantém para o futuro o plano original de quando se candidatou a deputado: uma vaga no TCE (Tribunal de Contas do Estado), onde já trabalhou.

“A mosca azul de ser governador nunca me picou. Com todo o poder de decisão que Cláudio sempre me deu, de certa forma, me sinto até um pouquinho governador.”

No novo papel de líder partidário, porém, ele reconhece que as articulações para as eleições municipais têm antecipado a potencial disputa com Paes. O prefeito tem tentando atrair a União Brasil ao seu projeto de reeleição por meio do diretório nacional da sigla. Bacellar age contra para lançar pelo partido o deputado estadual Rodrigo Amorim.

O presidente da Alerj, ex-PL, critica a resistência do prefeito em ceder a vice na chapa para reservá-la ao seu braço direito, Pedro Paulo (PSD). O posto é disputado pela possibilidade de assumir o cargo em 2026, em caso de saída de Paes para disputar a eleição estadual.

“Eu disse a ele [Paes]: ‘Nunca falei abertamente que eu quero disputar 2026, mas o cara que mais me coloca hoje como candidato é você’. Ele falou: ‘Por que isso?’. ‘Porque grande parte dos teus vereadores que eu nunca sonhei conhecer às vezes pedem café comigo. Pedem pelo amor de Deus para eu não fechar com você, para você não ficar absoluto. Porque você não divide o pão com ninguém'”, relatou.

“É porque eu atendo os caras. É porque eu brigo pelos caras. É porque na minha forma de fazer gestão, de olhar política, quem tem de ser o meu braço direito não é o meu irmão de vida. São meus aliados. Tem que estar todo mundo preenchido. Em política, você faz assim.”

Apesar do berço sindical, o deputado afirma que não teria problema em subir no palanque ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso daqui a dois anos dispute o cargo com Paes sendo aliado ao presidente Lula.

“Não sou bolsonarista raiz. Não gosto dos exageros. Tenho minhas críticas, mas também tenho minhas convergências. Então, não vejo impedimento nenhum.”

Antes da ascensão abrupta, Bacellar ocupou cargos no TCE e no terceiro escalão da gestão Sérgio Cabral, o que ampliou seus contatos políticos. Ele foi eleito em 2018 pelo partido Solidariedade no vácuo político após a prisão das principais lideranças do estado nos desdobramentos da Operação Lava Jato.

O primeiro degrau foi ascendido em 2019 ao ser relator das contas da gestão Luiz Fernando Pezão (MDB), marcada pelo caos financeiro. O deputado conta ter aceitado o pedido do ex-presidente da Alerj André Ceciliano (PT), para fazer um parecer favorável em favor do amigo. Ele aceitou o ônus político de apoiar o ex-governador, naquele momento preso –posteriormente foi solto e absolvido.

“Quando passou [a aprovação], me deu já uma primeira graduação de militar. Saí de sargento para subtenente. Todo mundo já olhava: ‘O bicho é técnico, é corajoso'”, disse.

Ele ganhou nova “promoção política” ao apresentar relatório em favor da soltura de cinco deputados presos na Operação Furna da Onça, aprovada em plenário. “Foi a grande virada de página para mim.”

Ganhou novo impulsou ao relatar o impeachment do ex-governador Wilson Witzel, cassado em abril de 2021. O prestígio na classe política atraiu Castro, que assumiu e lhe entregou a Secretaria de Governo.

Ele é apontado como o centro do escândalo das chamadas “folhas de pagamento secretas”, revelado pelo portal UOL. O caso gerou uma ação que pede a cassação de mandato de Castro, Bacellar e outros dez políticos.

Um dos indícios da centralidade da atuação de Bacellar foi a concentração de saques em dinheiro vivo realizados em Campos dos Goytacazes, sua base eleitoral. O deputado, porém, nega ser o responsável pela movimentação. “Um monte de gente foi atendido. Só em Campos temos três deputados.”

O presidente da Alerj afirma que os programas de sua pasta foram feitos “como manda o figurino” e que posteriormente, quando outras secretarias adotaram o seu modelo, “já não se tinha mais controle”. “Falei: ‘Vai dar problema.'”

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