Postagens aumentam número de mortes em UTI de hospital em Canoas (RS) após inundação
Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!
O que estão compartilhando: que nove pacientes que estavam internados na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de Canoas, no Rio Grande do Sul, morreram por conta de demora do socorro do Exército.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: o número é enganoso. De fato, o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PSD), afirmou que nove pacientes teriam morrido por consequência da inundação da UTI do Hospital de Pronto Socorro de Canoas. A informação, contudo, estava incorreta e foi posteriormente corrigida pelo próprio prefeito. Na realidade, dois dos 13 pacientes na unidade morreram na evacuação do local.
Postagens aumentam número de mortos em hospital de Canoas; foram dois óbitos, não nove Foto: Reprodução/Facebook
Saiba mais: neste sábado, 4, a prefeitura de Canoas afirmou que o Hospital de Pronto Socorro do município estava sendo evacuado. A ação ocorreu no contexto do maior desastre ambiental do Rio Grande do Sul, assolado por fortes chuvas. A tragédia já deixou ao menos 83 mortos e 111 desaparecidos.
Pacientes e funcionários foram retirados do local e encaminhados para abrigos e para o Hospital Universitário de Canoas. No mesmo dia, o prefeito Jairo Jorge afirmou que nove pessoas que estavam internadas na UTI do Hospital de Pronto Socorro haviam morrido durante a operação de transferência.
Leia mais
Posteriormente, a informação foi corrigida pelo próprio prefeito por meio das redes sociais. Na verdade, dois pacientes da UTI faleceram, dentre os 13 que estavam na unidade. Jairo acrescentou que eles morreram em decorrência da gravidade dos quadros de saúde.
“Primeiro, não eram nove pacientes na UTI, eram 13. Segundo, não faleceram nove pessoas. Nós tivemos, na verdade, dois óbitos. Um óbito de uma pessoa que estava em morte cerebral e que nessa transferência veio a falecer. E uma outra pessoa que se jogou do quarto andar de um prédio e, em razão das múltiplas fraturas e pela gravidade da situação, nesta transposição, essa pessoa acabou falecendo”, afirmou.
Esse conteúdo também foi checado pela agência Lupa.
Como lidar com postagens do tipo: a tragédia no Rio Grande do Sul é um assunto de grande repercussão e, por isso, também é alvo de desinformação nas redes sociais. Veículos de imprensa locais e nacionais estão atualizando o número de mortos, desaparecidos e o cenário geral do Estado diariamente. Antes de compartilhar um conteúdo duvidoso, faça uma pesquisa por meio de palavras-chave no seu buscador de preferência (aqui, a reportagem procurou por “Canoas”, “hospital” e “mortos”). O Estadão Verifica já desmentiu outros boatos relacionados ao desastre ambiental. Leia abaixo.
Veja mais checagens
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.