Dieta está associada à redução do calor durante a menopausa, diz estudo
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Créditos: fizkes/istock
Uma dieta vegana com baixo teor de gordura e que, preferencialmente, inclua soja é capaz de reduzir as ondas de calor da menopausa, em cerca de 96%. É o que aponta um novo estudo do Comitê de Médicos para Medicina Responsável.
Essa dieta, segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, promove mudanças no microbioma intestinal que diminuem os sintomas vasomotores da pós-menopausa. Os resultados mostraram que a dieta não apenas erradicou completamente as ondas de calor graves, mas também diminuiu 96% nos episódios moderados a graves. Além disso, a dieta ajudou a reduzir efetivamente as ondas de calor diurnas e noturnas em 96% e 94%, respectivamente. E não por acaso, os participantes que seguiram esta dieta tiveram uma perda de peso média de 2kg.
Uma das autoras do estudo, a especialista Hana Kahleova, explica a relação entre os dois fatores.“As mulheres que desejam combater as ondas de calor devem alimentar as bactérias em seus intestinos com uma dieta vegana rica em frutas, vegetais, grãos e feijões, que também leva à perda de peso e protege contra doenças cardíacas e diabetes tipo 2”.
Como foi feito o estudo?
No estudo, 84 mulheres na pós-menopausa que relataram duas ou mais ondas de calor moderadas a graves diariamente foram aleatoriamente designadas para o grupo de intervenção ou para o grupo controle. No grupo de intervenção, elas tiveram que seguir uma dieta vegana com baixo teor de gordura, incluindo meia xícara de soja cozida por dia.
No grupo controle, essas participantes continuaram com suas dietas habituais, sem qualquer alteração. O acompanhamento durou 12 semanas. Para a análise secundária, amostras de fezes de um subconjunto de 11 participantes foram usadas para realizar uma análise do microbioma intestinal no início do estudo e após 12 semanas de dieta vegana. Foram encontradas alterações na quantidade de diversas famílias, gêneros e espécies de bactérias.
Por que mudança na dieta ajuda a reduzir calor na menopausa?
Este é o primeiro estudo a descobrir que as reduções na abundância das bactérias Porphyromonas e Prevotella corporis estão associadas a uma redução nas ondas de calor intensas durante o dia. Por meio dessa investigação, descobriu-se também que as bactérias foram encontradas no intestino de pessoas com artrite reumatoide e parece ter propriedades pró-inflamatórias.
Além disso, descobriu-se também que a diminuição na abundância de Clostridium asparagiforme foi associada a uma redução no total de ondas de calor noturnas intensas. Mudanças na quantidade de outras bactérias analisadas no estudo podem desempenhar um papel no alívio das ondas de calor, estabilizando os níveis de estrogênio e reduzindo a inflamação.
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