"Há um perigo para todos os estrangeiros em França" caso a extrema-direita ganhe as eleições

O candidato Maxime da Silva, militante da França Insubmissa e que concorre no 5º círculo eleitoral dos franceses no estrangeiro pela Nova Frente Popular, considera que a esquerda pode sair triunfante da segunda volta das eleições em França e que os direitos das comunidades estrangeiras no país estão ameaçados.

Já no próximo domingo acontece a segunda volta das eleições legislativas em França. Mais de 500 círculos eleitorais vão a votos, incluindo os do estrangeiro. Na quinta circunscrição dos franceses que vivem no estrangeiro, ou seja, Portugal, Espanha, Mónaco e Andorra, restam dois candidatos, Stephane Vojetta, antigo deputado do partido do Presidente Emmanuel Macron que se apresenta como independente, e Maxime da Silva, candidato da Frente Popular, coligação de esquerda.

Em entrevista à RFI, Maxime da Silva, luso-descendente, disse que a esquerda pode ainda ganhar esta eleição e que não faltam bons possíveis primeiros-ministros para lideratr um Governo da Frente Popular.

RFI: A nível nacional quais são as suas expectativas para a segunda volta das eleições no domingo?

Maxime da Silva: Vemos bem que há duas forças que estão em condições de governar o país, tanto a União Nacional, que representa a extrema-direita, como a Nova Frente Popular. Por isso, a minha expectativa para domingo é que o povo francês ofereça um horizonte de esperança e de felicidade para o país, votando maciçamente na Nova Frente Popular.

No caso de a União Nacional não conseguir uma maioria absoluta, a Frente Popular está pronta para uma coligação com o partido de Emmanuel Macron?

Representamos a oposição face a Emmanuel Macron, que infligiu uma grande violência social e ecológica ao país nos últimos sete anos. Por enquanto, o que estamos a pedir ao povo francês é que nos dê uma maioria. Penso que isso é possível. Precisamos do maior número possível de deputados da Nova Frente Popular para que possamos ser o maior grupo na Assembleia Nacional. E se os franceses tiverem confiança em nós, ainda há tempo. Faltam cinco dias para vencer a União Nacional.

Quem seria o primeiro-ministro num Governo da Frente Popular?

Temos muito por onde escolher, graças ao facto de termos tanto talento na esquerda. Por isso, acho que não vale a pena entrar neste debate. Vamos ver o que dizem as urnas e temos a possibilidade de ter não um, mas quatro, cinco, seis, sete Primeiros-Ministros da Nova Frente Popular, porque temos muitas pessoas capazes.

O que significa para a França ser governada por um partido de extrema-direita? Como é que a França Insubmissa pensa reagir?

Respeitaremos obviamente a escolha do povo francês e entraremos numa oposição muito firme, numa resistência, se isso acontecer. Mas não creio que os franceses estejam dispostos a eleger um governo que quer pôr em causa os direitos das mulheres e os direitos das pessoas LGBT. Mesmo ao aproximar-se do poder, a União Nacional é ainda um partido que promove ideias racistas, tendo adoptado a maior parte do programa de Macron. Por isso, penso que os franceses têm de estar conscientes do perigo que representa a União Nacional e do perigo que seria ter Marine Le Pen ou Jordan Bardella à frente do país a partir do próximo domingo.

Como é que é ser comparado à União Nacional quando se fala de extremos políticos?

É uma estratégia do poder mediático para tentar normalizar a União Nacional. Mas as pessoas sabem que partido foi criado por colaboradores nazis, que é um partido que tem um programa de ódio. E não há dúvida de que todas as forças da nova Frente Popular são forças humanistas, anti-racistas, que lutam contra o antissemitismo e todas as formas de discriminação. Por isso, podem sempre tentar comparar-nos, mas podemos ver pelos resultados de domingo que os franceses sabem que somos pessoas com elevados padrões morais e depositaram a sua confiança em nós, algo que eu agradeço.

No seu caso, no seu círculo eleitoral, está a bater-se contra um candidato que já pertenceu à maioria do Presidente, mas que se apresenta como independente. É um pouco o que se passa em toda a França, com uma rejeição de Emmanuel Macron?

A pessoa contra quem eu me vou bater na segunda volta, que é Stéphane Vojetta, é um macronista convicto que votou a favor de todas as leis anti-sociais e anti-ecológicas de Macron e que agora se apresenta falsamente como independente. Ele fez toda a sua campanha da primeira volta pedindo aos eleitores que o elegessem para que ele pudesse construir uma maioria alternativa. O resultado das eleições de domingo mostra que isso é muito claro. Ou haverá uma maioria da nova Frente Popular, ou haverá uma maioria da União Nacional. Assim, a conclusão a que podemos chegar é que o senhor deputado Vojetta fez uma promessa ao eleitorado que é incapaz de cumprir. E hoje simboliza um boletim de voto inútil.

Foi acusado de ter sido colocado artificialmente neste círculo eleitoral. Como explica esta candidatura?

Como temos o programa mais adaptado às exigências dos franceses no estrangeiro, tentam atacar-me por outros aspectos da minha personalidade. Mas eu sou filho de emigrantes portugueses. Sou neto de Pieds-Noirs. Estou presente no círculo eleitoral. Estou a falar convosco no comboio entre Madrid e Barcelona. Por isso, sinto-me muito em casa aqui, com os franceses no estrangeiro, muitos dos quais conheci durante a campanha. E sabe, acho que é melhor ter um deputado combativo como eu aqui no círculo eleitoral, do que um que é inútil há cinco anos. E os franceses do círculo eleitoral, creio que, no domingo, têm a oportunidade de virar a página do Macronismo no círculo eleitoral e de Vojetta.

Os franceses que vivem fora do país estão preocupados com a situação em França?

Obviamente, é claro, eles estão preocupados. Em primeiro lugar, porque A União Nacional propõe transformar em cidadãos de segunda classe as pessoas com dupla nacionalidade e, logo no início das eleições, o senhor deputado Vojetta disse que preferia um governo da União Nacional a um novo governo da Frente Popular. Por isso, penso que estão preocupados com os resultados que poderemos obter no domingo, uma vez que temos aqui muitos cidadãos com dupla nacionalidade. Também estão preocupados porque os franceses são imigrantes no estrangeiro e, por isso, ter um partido a governar a França, seguindo uma política de rejeição de estrangeiros, vai coloca-los também em dificuldades. Coloca também a França em dificuldades diplomáticas com os nossos parceiros europeus. Em suma, o boletim de voto da União Nacional não traz nada de bom. Tal como o voto em Stéphane Vojetta.

Considera que os portugueses ou os cabo-verdianos em França estão ameaçados no caso de um Governo de extrema-direita?

Sim, penso sinceramente que sim. Quando temos pessoas que consideram cidadãos de segunda classe os outros só porque ou não têm a cor de pele correcta, ou talvez tenham um sotaque ou até pela religião, sim, temos um problema e há um perigo para todos os estrangeiros em França. Sabe, a minha avó, que morreu há poucos meses, tinha um nível de francês relativamente baixo porque vinha de um meio muito humilde e não tinha estudado. Não teve qualquer educação formal, nem em casa nem em França. Pois bem, vi-a sofrer discriminações enquanto portuguesa. E vejo ainda em relação a franceses no estrangeiro que não são contratados no estrangeiro também por causa dos seus sotaques.

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