A partir desta segunda-feira, a Grécia adota semana de seis dias de trabalho
Enquanto a Europa caminha para uma possível semana de quatro dias de trabalho, a Grécia ruma noutra direção. A medida destina-se a empresas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana ou têm uma carga horária elevada. Desde que esta medida foi apresentada que os trabalhadores gregos têm demonstrado o seu desagrado.
A partir desta segunda-feira, a Grécia adota semana de seis dias de trabalho
Nos últimos anos, a implementação da semana de quatro dias de trabalho tem sido discutida por vários países da Europa - incluindo Portugal. Recentemente, um projeto-piloto implementado pelo Governo português, revelou que (afinal) são mais os benefícios do que as desvantagens. O relatório final mostrou benefícios para a saúde mental e uma melhoria na conciliação entre a vida pessoal e o trabalho.
Mas nem todos os países se podem “dar ao luxo” de adotar este método e quem o diz é a Grécia. Esta segunda-feira, 1 de julho, entrou em vigor no país a implementação da semana de seis dias de trabalho até um total de 48 horas de trabalho voluntário.
Vários fatores parecem ter influenciado esta medida apresentada pelo Governo grego. Entre eles estão a diminuição da população e a escassez de trabalhadores qualificados.
Esta medida destina-se a empresas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana e que têm uma carga horária elevada - desde organismos públicos, indústrias e empresas do setor privado, como explica a Insider. O turismo e o setor da hotelaria e restauração foram excluídos.
Os trabalhadores? Vão ser recompensados com um acréscimo de 40% no seu salário e de 115% se trabalharem ao domingo, de acordo com a Euronews.
Os funcionários vão ter a oportunidade de escolher como querem aplicar essas horas extra de trabalho. Podem optar por trabalhar duas horas adicionais por dia ou trabalhar um total de oito horas num sexto dia.
Inúmeros trabalhadores dizem não concordar com a implementação das seis dias de trabalho semanais. De acordo com os dados do Eurostat referentes ao ano passado, a Grécia é o país da União Europeia em que a população trabalha mais horas - 39,8 horas por semana.
A medida também foi duramente criticada pelos sindicatos.
Consideram ser contrária aos direitos laborais e sublinham que vai contra a tendência registada noutros países europeus, como a Alemanha, a Bélgica, a França, a Islândia e o Reino Unido, que propõem a redução do número de horas semanais para menos de 40 ou mesmo a redução do número de dias de trabalho de cinco para quatro, com turnos de dez em vez de oito horas.
Para Akis Sotiropoulos, do sindicato dos funcionários públicos Adedy, "isto é uma barbaridade".
"Não faz qualquer sentido. Quando quase todos os outros países civilizados aplicam uma semana de quatro dias, a Grécia decide ir na direção oposta", lamentou.
Com Lusa