Supremo Tribunal de Justiça de Espanha recusa amnistiar Puigdemont. Ex-líder catalão comparou juízes com a máfia
O antigo líder da Catalunha já reagiu à decisão da justiça espanhola, comparando os juízes do Supremo com a máfia. Puigdemont está exilado desde a tentativa falhada de secessão da Catalunha em 2017
Supremo Tribunal de Justiça de Espanha recusa amnistiar Puigdemont. Ex-líder catalão comparou juízes com a máfia
O Supremo Tribunal de Justiça de Espanha, a mais alta instância judicial, recusou hoje conceder uma amnistia a Carles Puigdemont e manteve o mandado de detenção contra o líder catalão pró-independência.
"O juiz (Pablo Llaena) do Supremo Tribunal emitiu hoje uma ordem na qual declara a amnistia inaplicável ao crime de peculato no processo contra o antigo presidente da Generalitat Carles Puigdemont", anunciou o tribunal, em comunicado.
O antigo líder da Catalunha já reagiu à decisão da justiça espanhola, comparando os juízes do Supremo com a máfia, depois de ter sido dado a conhecer que não seria amnistiado do crime de peculato. “La Toga Nostra”, escreveu na rede social X (ex-Twitter).
A porta-voz da ERC, Raquel Sans, já fez sabem que esta decisão judicial não causa “nenhuma surpresa”, mas prevê que a regra “acabará por ser aplicada” apesar das diligências dos juízes. O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, lamentou que o Governo só tenha chegado ao poder por causa desta regra e que “pelos vistos, nem isto souberam fazer bem”.
Com possibilidade de recurso no prazo de três dias a contar da notificação às partes, a decisão incluiu ainda dois ex-ministros.
Também foi recusado a amnistia a outros líderes pró-independência, incluindo o ex-vice-presidente Oriol Junqueras.
A Câmara Criminal do Tribunal concordou também em promover uma questão de inconstitucionalidade junto do Tribunal Constitucional relativamente ao crime de desobediência pelo qual Junqueras e os ex-vice-presidentes Raul Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa foram condenados.
Puigdemont está exilado desde a tentativa falhada de secessão da Catalunha em 2017.
A 30 de maio, o Parlamento espanhol aprovou uma lei de amnistia para os independentistas catalães, na sequência de um acordo para que o primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, garantisse a formação do governo graças ao apoio dos dois partidos catalães pró-independência.
Os partidos exigiram a medida como contrapartida pelo seu apoio e a lei foi promulgada a 11 de junho.
O objetivo dos legisladores era que os tribunais começassem a anular sem demora os mandados de captura dos ativistas pró-independência que tinham fugido para o estrangeiro e que essas anulações permanecessem válidas até à análise dos recursos interpostos contra a lei, um processo que poderia demorar meses ou mesmo anos.